ATA DA DÉCIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 14-3-2005.
Aos quatorze dias do mês
de março de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze
minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Haroldo de Souza,
Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes,
Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro e Raul Carrion. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Alceu Brasinha, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, João
Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga,
Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Odone, Professor Garcia,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o
Pedido de Providências nº 333/05 (Processo nº 1567/05) e o Pedido de Informações
nº 059/05 (Processo nº 1453/05); pelo Vereador Carlos Comasseto, os Pedidos de
Providências nos
311, 312, 313, 335, 336 e 337/05 (Processos nos 1527, 1530, 1532, 1582, 1584 e 1586/05,
respectivamente); pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Pedido de Providências nº
338/05 (Processo nº 1599/05); pelo Vereador DJ Cassiá Gomes, o Projeto de Lei
do Legislativo nº 058/05 (Processo nº 1282/05); pelo Vereador Ervino Besson, os
Pedidos de Providências nos
307, 308, 309 e 310/05 (Processos nos
1503, 1504, 1505 e 1506/05, respectivamente); pelo Vereador Haroldo de Souza, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/05 (Processo nº 1470/05);
pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/05
(Processo nº 1438/05); pelo Vereador José Ismael Heinen, o Pedido de Providências
nº 339/05 (Processo nº 1614/05); pela Vereadora Manuela d’Ávila, o Pedido de
Informações nº 061/05 (Processo nº 1495/05); pela Vereadora Neuza Canabarro, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 069/05 (Processo nº 1447/05); pelo Vereador
Professor Garcia, os Pedidos de Providências nos 279, 280, 281, 282, 283, 284, 285, 286, 315 e
316/05 (Processos nos
1423, 1424, 1425, 1426, 1427, 1428, 1429, 1430, 1541 e 1543/05,
respectivamente). Na ocasião, foi
apregoado o Memorando nº 054/05, firmado pelo Vereador Elói Guimarães, Presidente
da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa
que o Vereador Professor Garcia representará externamente este Legislativo na
solenidade de instalação do Conselho Universitário – CONSUNI, a realizar-se
hoje, às quinze horas, no Auditório Oscar Machado do Centro Universitário
Metodista – IPA. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10039221, 1039222,
10039225, 10039226, 10039227, 10039228, 10039229, 10039234, 10039235, 10039236,
10039244, 10039245, 10039246, 10039249, 10039250, 10039252, 10039257, 10039258,
10039259, 10039260, 10039261, 10039262 e 10039263/05, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde. Em continuidade, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE,
tendo o Senhor Presidente informado que este período seria destinado a
homenagear o transcurso do trigésimo sétimo aniversário do Hospital Fêmina, do
Grupo Hospitalar Conceição. Compuseram
a Mesa: o Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre; o Senhor Gilberto Barichello, Diretor-Administrativo e Financeiro do
Grupo Hospitalar Conceição; os Senhores José Pedro Silva da Luz e Carlos
Eduardo Nery Paes, respectivamente Gerente-Administrativo e Gerente de
Internação do Hospital Fêmina; o Vereador Nereu D’Avila, 1º Secretário deste
Legislativo. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Aldacir Oliboni registrou
o transcurso do aniversário do Hospital Fêmina, ressaltando que essa Entidade
priorizou o público feminino, implantando serviços médicos especializados em
Ginecologia e Obstetrícia. Também, prestou especial homenagem aos servidores
desse Hospital, declarando que a excelência dos serviços ali prestados é reconhecida
pela população e muito colaborou para transformar Porto Alegre em centro de
referência hospitalar no País. O Vereador Dr. Goulart, mencionando ter
participado, como auxiliar, da primeira cirurgia realizada pelo Hospital
Fêmina, citou os nomes de Saul Ciulla, José Rocha Duarte, Júlio Edi Chaves e
Jaime Pieta, como representativos da competência e liderança dos cirurgiões que
atuaram na referida instituição. Ainda, abordou o pioneirismo dos programas e
terapias ali utilizados, destacando que a totalidade dos atendimentos desse
Hospital são efetuados por meio do Sistema Único de Saúde – SUS. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador Claudio Sebenelo analisou mudanças verificadas na
sociedade atual em questões atinentes à cultura hospitalar e à saúde da mulher,
principalmente quanto ao uso de anestésicos e à realização de cirurgias de
reconstrução estética. Finalizando, elogiou a responsabilidade e dedicação dos
funcionários do Hospital Fêmina, afirmando que o trabalho diário e incansável
desses servidores tem garantido o reconhecimento e o respeito de toda a comunidade.
Em continuidade, o Senhor Presidente
concedeu a palavra aos Senhores Carlos Eduardo Nery Paes e Gilberto
Barichello, que agradeceram, em nome
do Hospital Fêmina e do Grupo Hospitalar Conceição, a homenagem hoje prestada
por este Legislativo. Às quinze horas e nove minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e treze minutos,
constatada a existência de quórum. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a
presença do Senhor Isaac Ainhorn, Secretário do Planejamento Municipal – SPM.
Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Comassetto solicitou apoio ao Requerimento
nº 087/05, de sua autoria, que propõe Moção de Solidariedade ao
Sindicato Rural de Porto Alegre, pelo movimento em prol da aplicação do Decreto
Federal nº 5287/04, que subsidia a tarifa de energia elétrica para atividades
agropecuárias. Sobre o assunto, lembrou a aprovação, nesta Casa, do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental, que criou a Zona Rururbana no
Município. O Vereador Carlos
Todeschini abordou intervenção federal na área da saúde, ocorrida na cidade do
Rio de Janeiro. Também, teceu considerações sobre declaração elaborada por
participantes do V Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre durante o
mês de janeiro do corrente, onde são elencadas ações a serem apoiadas mundialmente,
relativas à defesa, à distribuição e ao consumo da água, tendo em vista ser
esse produto essencial à sobrevivência da espécie humana. O Vereador Luiz Braz
aludiu à matéria do jornal Zero Hora de hoje, intitulada “Dirceu irá monitorar
suspeitas envolvendo apoio de Farc a PT”, mencionando reportagem acerca do assunto,
publicada na edição nº 1896 da revista Veja. Ainda, declarou que essa questão
merece investigação aprofundada, inclusive por meio de Comissão Parlamentar de
Inquérito, haja vista o significado político e social de um possível envolvimento
de políticos brasileiros com a indústria mundial do narcotráfico. O Vereador
Ervino Besson cumprimentou representantes do Sindicato dos Produtores Rurais da
Vila Nova, elogiando o trabalho desse setor em Porto Alegre e destacando a
qualidade dos produtos agrícolas dessa região. Também, considerou equivocada a
transformação, pela Lei Complementar nº 434/99, da Zona Rural em Zona
Rururbana, afirmando que essa medida determinou a perda de incentivos da
Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE – aos produtores rurais. O
Vereador Ervino Besson, em tempo cedido pela Vereadora Clênia Maranhão, dando
continuidade ao seu discurso em Comunicações, apontou caminhos possíveis para a
solução dos problemas dos produtores rurais de Porto Alegre. Ainda, mencionou reuniões
com representantes da CEEE e da Agência Nacional de Energia Elétrica e cobrou
providências dos Governos Federal e Estadual que visem à diminuição dos custos
dos serviços públicos incidentes sobre o setor primário de produção. Na
ocasião, o Vereador Raul Carrion registrou a realização, amanhã, de reunião da
Comissão de Urbanismo, Transportes e Habitação, com representantes da Caixa
Econômica Federal e do Departamento Municipal de Habitação, para que seja
buscada uma solução para a ocupação da “comunidade Santa Mônica”. Em
COMUNICAÇÕES, a Vereadora Manuela d'Ávila enalteceu a proposta de Reforma
Universitária do Governo Federal, assegurando que essa é uma reivindicação
histórica dos movimentos educacionais e defendendo medidas como a contratação
de mais professores e o aumento de verbas para as Universidades Federais.
Ainda, apoiou a política de reserva de vagas para egressos do ensino público,
afro-brasileiros e indígenas e comentou a necessidade de maior autonomia
gerencial das universidades. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Manuela
d'Ávila, dando continuidade ao seu discurso em Comunicações, indicou aspectos
que, na opinião de Sua Excelência, são positivos no anteprojeto de Reforma
Universitária. Nesse sentido, ressaltou a previsão de destinação de setenta e
cinco por cento dos recursos da educação para as universidades públicas e
corroborou a intenção de se dar um caráter mais social às universidades
brasileiras. A Vereadora Maristela Maffei criticou as condições de limpeza
pública da Cidade, sustentando que a coleta de lixo e a capina das ruas não
estão acontecendo de modo eficiente. Também, cobrou do Governo Municipal o
repasse de verbas às creches comunitárias, propondo que a Comissão de Educação,
Cultura e Esportes discuta esse assunto. Finalizando, alegou que não existem
provas documentais de ligação do Partido dos Trabalhadores com as Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia. Em prosseguimento, constatada a existência
de quórum, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Dr. Goulart,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos e na ordem de apreciação da
matéria constante da Ordem do Dia, tendo o Vereador João Antonio Dib
manifestado-se contrariamente a essas alterações. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Foram aprovados
Requerimentos de autoria dos Vereadores Aldacir Oliboni e Bernardino Vendruscolo,
solicitando, respectivamente, votação em destaque para o artigo 3º do Projeto
de Lei do Legislativo nº 119/04 (Processo nº 2690/04) e para o parágrafo 1º do
artigo do Projeto de Lei do Legislativo nº 043/03 (Processo nº 1538/03).
Também, foram aprovados Requerimentos de autoria do Vereador João Carlos Nedel,
solicitando votação em destaque para os artigos 11 e 12 do Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 007/04 (Processo nº 5617/04). Em Discussão Geral e
Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 119/04, em sua parte
vetada, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Luiz Braz,
Carlos Comassetto, Sofia Cavedon, Claudio Sebenelo e Bernardino Vendruscolo e
encaminhado à votação pelos Vereadores Nereu D'Avila, Margarete Moraes e Paulo
Odone, foi votado conforme especificado a seguir. Foi votado destacadamente e
rejeitado o artigo 3º do Projeto de Lei do Legislativo nº 119/04,
considerando-se mantido o Veto a ele aposto, por nove votos SIM, vinte votos
NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir
Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Manuela d'Ávila, Margarete
Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon, Não os
Vereadores Alceu Brasinha, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart,
Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro,
João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga,
Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro e Paulo Odone e tendo optado pela Abstenção o Vereador Bernardino
Vendruscolo. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 119/04,
em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Paulo
Odone, Nereu D'Avila, Raul Carrion, João Antonio Dib e Ibsen Pinheiro, o Senhor
Presidente prestou informações acerca do processo de votação dessa matéria. Foi
votado destacadamente e rejeitado o § 2º do artigo 4º do Projeto de Lei do
Executivo nº 119/04, considerando-se mantido o Veto a ele aposto, por trinta
votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Não os Vereadores Adeli Sell, Alceu
Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de
Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen,
Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Raul Carrion, Sofia
Cavedon e tendo optado pela Abstenção o Vereador Bernardino Vendruscolo. Em Discussão
Geral e Votação Nominal, foram votados destacadamente e rejeitados o caput e o
parágrafo 1º do artigo 1º e os artigos 2º e 3º do Projeto de Lei do Legislativo
nº 043/03, considerando-se mantido o Veto Total a eles aposto, por vinte e sete
votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos Vereadores Nereu D'Avila
e Clênia Maranhão, tendo votado Não os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir
Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Antonio
Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely,
Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela
Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro,
Paulo Odone, Raul Carrion, Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os
Vereadores Bernardino Vendruscolo e Ibsen Pinheiro. Na ocasião, o Senhor
Presidente declarou prejudicado o § 2º do artigo 1º do Projeto de Lei do
Legislativo nº 043/03, em face da rejeição do artigo 1º do referido Projeto.
Também, em face de manifestação e Questão de Ordem formuladas pelos Vereadores
Nereu D'Avila e João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou informações acerca
do processo de votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 043/03. Em Discussão
Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº
182/03, em sua parte vetada, considerando-se mantido o Veto Parcial a ele
aposto, por um voto SIM, dezenove votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser
discutido pelos Vereadores Maria Celeste, Bernardino Vendruscolo, José Ismael
Heinen e Clênia Maranhão, tendo votado Sim o Vereador João Carlos Nedel, Não os
Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ibsen Pinheiro, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Margarete
Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Paulo Odone,
Raul Carrion, Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os Vereadores João
Antonio Dib e Mônica Leal. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado
o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/04, considerando-se mantido
o Veto Total a ele aposto, por dois votos SIM, vinte votos NÃO e uma ABSTENÇÃO,
após ser discutido pelo Vereador Bernardino Vendruscolo e encaminhado à votação
pelos Vereadores João Antonio Dib e Clênia Maranhão, tendo votado Sim os
Vereadores Bernardino Vendruscolo e João Carlos Nedel, Não os Vereadores Alceu
Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, João
Antonio Dib, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria
Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica
Leal, Paulo Odone, Raul Carrion e tendo optado pela Abstenção o Vereador Ibsen
Pinheiro. Às dezoito horas e um minuto, constatada a inexistência de quórum, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e Aldacir Oliboni
e secretariados pelo Vereador Luiz Braz. Do que eu, Luiz Braz, 2º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada pelos Senhores 1º secretário e Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Lidas as proposições, passamos ao
Hoje,
por Requerimento dos Vereadores Dr. Goulart e Aldacir Oliboni, estamos
utilizando o Grande Expediente para justa homenagem ao 37º Aniversário do
Hospital Fêmina do Grupo Hospitalar Conceição.
Convidamos
para compor a Mesa o Dr. Gilberto Barichello, Diretor Administrativo e
Financeiro do Grupo Hospitalar Conceição; o Sr. José Pedro Silva da Luz,
Gerente Administrativo do Hospital Fêmina e o Dr. Carlos Eduardo Nery Paes,
Gerente de Internação do Hospital Fêmina. Queremos saudar, também, os
funcionários e funcionárias do Hospital Fêmina aqui presentes.
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo do Ver. Ibsen Pinheiro.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Nós, em Porto Alegre, além dos 144
serviços existentes na Saúde, temos 22 hospitais conveniados. O Grupo
Hospitalar Conceição é constituído por quatro hospitais, e entre eles, o
Hospital Fêmina, não só porque está de aniversário, tem um carinho todo
especial da cidade de Porto Alegre. Por isso no dia de hoje, o Hospital Fêmina,
que integra o Grupo Hospitalar Conceição, traz a grande satisfação de termos
presentes seus Diretores nesta Casa Legislativa para receberem uma justa
homenagem pela passagem do seu 37º aniversário.
Existe
na vida uma certa relação harmoniosa entre os fatos a que muitos denominam de
coincidência ou, ainda, de destino. É o caso do Hospital Fêmina. Surgido do
movimento de um grupo de médicos liderados pelo Eng.º Paulo Ricardo Levakov, em
1954, fundaram uma sociedade anônima destinada a construir um hospital dedicado
à mulher, daí o nome do Hospital Fêmina. O Projeto do Fêmina é de 1955, e sua
aprovação na Prefeitura Municipal de Porto Alegre foi em 1956. O início da obra
foi em seguida e a sua conclusão foi em 1958.
Paulo
Ricardo Levakov foi o autor da idéia e logo veio também, como parceiro, o Dr.
Pedro S. Gus, outro Engenheiro que formou um grupo de renomados médicos que
apoiaram a idéia de construir um hospital especializado em Ginecologia e
Obstetrícia.
Foi
adquirido o terreno, na Rua Mostardeiro nº 17, com 5.723 metros quadrados,
pertencente à família Hasso Kuss, cuja residência ainda hoje encontra-se
servindo ao Hospital.
O
nome do Hospital suscita comentários, pois pertenceu a uma das melhores
revistas francesas femininas no início do século, com alusões à idéia de
conforto, progresso e sofisticação.
O
projeto arquitetônico do prédio contou com a participação do Arquiteto Irineu
Breitman, e dos Engenheiros Perci
Louzada de Abreu e do General Bastide Schneider.
Agora,
vejam os senhores e as senhoras, lembram que referi no início deste
pronunciamento a questão da coincidência ou destino, como queiram. Pois bem, o
Hospital Fêmina não chegou a ser inaugurado oficialmente, apenas começou a funcionar
no dia 18 de março de 1968, ou seja, a apenas 10 dias do dia 08 de março, data
em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Se não é obra do destino,
pelo menos suscita a curiosidade, pois entre o início das atividades do
Hospital Fêmina, em 18 de março de 1968, e a Declaração da UNESCO, em 1977,
adotando no dia 08 de março como o Dia Internacional da Mulher, passaram-se
quase 10 anos.
A
primeira Direção do Hospital teve como seu idealizador o Engenheiro Paulo
Ricardo Levakov. Em 10 de julho de 1973, o Sr. Jahyr Boeira de Almeida adquiriu
o controle acionário da empresa, passando a dirigi-la, e em 20 de fevereiro de
1975; pelo Decreto nº 75.403, o Presidente da República, General Ernesto
Geisel, declarou de utilidade pública 100% das ações da sociedade anônima.
Posteriormente,
em 07 de março do mesmo ano, através do Decreto-Lei nº 75.457, foram declaradas
de utilidade pública, para fins de desapropriação, 51% daquelas ações, sendo
nomeado interventor o Almirante-Médico Wilton Bastos Barroso.
Juntamente
com as ações do Hospital Fêmina S/A, foram desapropriadas também as do Hospital
Nossa Senhora da Conceição, do Hospital da Criança Conceição e do Hospital
Cristo Redentor, além dos Serviços Aéreos Especializados Médico-Hospital
Conceição Ltda. e da Fazenda Jabá - todas as sociedades tendo como principal
acionista o Sr. Jahyr Boeira de Almeida.
Esses
atos deram origem ao hoje denominado Grupo Hospitalar Conceição - GHC - que,
sem a Fazenda Jabá e os Serviços Aéreos, passou a subordinar-se à Presidência
da República, através da sua Casa Civil.
No
dia 10 de maio de 1990, pelo Decreto-Lei nº 99.240, as empresas que constituem
o Grupo Hospitalar Conceição e, conseqüentemente, o Hospital Fêmina S/A,
tornaram-se vinculadas ao Ministério da Saúde.
Hoje, o Hospital Fêmina continua dedicado à
saúde da mulher e ao recém-nascido nas áreas de ginecologia, obstetrícia e
neonatologia. Desde o pré-natal de alto risco, passando pela gestante ao
pós-parto, serviços específicos garantem o acompanhamento total às gestantes,
puérperas e aos recém-nascidos.
O
Hospital Fêmina é um Hospital “Amigo da Criança”, título concedido pelo UNICEF.
Possui
Moderna Unidade de Tratamento Intensivo, e recebeu do Ministério da Saúde o
título de nível III, classificação máxima em atendimento Neonatal, em 20 de
fevereiro de 1975, pelo Decreto-Lei nº 75.403.
Pioneiro
no Rio Grande do Sul, o Hospital possui uma Unidade Método Mãe-Canguru, que
disponibiliza os seguintes programas: Hospital-dia de Infectologia;
Hospital-dia de Diabete Gestacional; Jovem Mãe; Proteção à Mulher; Ouvidoria;
Planejamento Familiar; Assistência Nutricional e Assistência Psicológica.
Oferece consultas nas áreas de ginecologia geral, mastologia, patologia
cervical, cirurgia plástica, cirurgia vascular, oncologia, pré-natal de alto
risco, pronto-atendimento e Serviço de Diagnóstico por Imagem.
O
Hospital Fêmina, atualmente, conta com uma capacidade instalada de 164 leitos,
e no decorrer do ano de 2004 realizou 4.428 partos; 4.390 cirurgias; 62.602
consultas de ambulatório; 36.702 consultas de emergência, entre outros
procedimentos.
Diversos
homens e mulheres passaram pela Administração do Grupo Hospitalar Conceição,
especialmente no Hospital Fêmina.
Hoje,
ao homenagearmos aquela entidade de tantos serviços prestados à nossa
comunidade, desejamos saudar o seu idealizar, o Engenheiro Paulo Ricardo
Levakov através do Dr. João Constantini Pavani Motta, Superintende; do Dr.
Gilberto Barichello – Diretor Administrativo e Financeiro e do Dr. Rogério
Amoretti, Diretor Técnico, todos do Grupo Hospitalar Conceição, especialmente,
também, o Dr. Pedro, que está aqui, e o Dr. Nery.
Nossa
muito especial homenagem aos servidores que atualmente enfrentam as jornadas de
profícuo trabalho no Hospital Fêmina, ao Sr. José Pedro da Silva Luz, Gerente
Administrativo, e ao Dr. Carlos Eduardo Nery Paes, Gerente de Internação, ambos
do Hospital Fêmina.
Creiam
todos, Porto Alegre é agradecida a vocês pela iniciativa, pela temperança e
perseverança, denodo, fidelidade e amor quer vocês dedicam, ao trabalho que
prestam ao público de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul e ao País.
Muito
obrigado a vocês, parabéns pela passagem do 37º aniversário do Hospital Fêmina.
Agradecemos também, com muito carinho, a cedência de tempo do Ver. Ibsen
Pinheiro, que pôde oportunizar a este Vereador, que tem uma relação com os
trabalhadores da Saúde, a prestar a sua homenagem. Queira Deus que esse
trabalho junto ao Hospital Fêmina possa continuar e que as milhares de
cirurgias e atendimentos médicos possam ser ampliados através da solidariedade
dos Governos, sejam eles Federal, Estadual ou Municipal, para ampliarmos o
serviço de saúde e para oportunizar a Porto Alegre um centro de referência,
como tem sido até o momento. Muito obrigado e parabéns a todos. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em
Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. João Antonio Dib.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Elói Guimarães, Sras
Vereadoras - e aceitem esta homenagem ao Hospital Fêmina como homenagem também
às nossas mulheres Vereadoras -, Srs. Vereadores, meu querido Diretor e
Pediatra Dr. Nery - não meu, pois já estou grandinho, mas dos partos que faço e
dos meus filhos -; Dr. Barichello, Superintendente do Grupo Conceição; e o
nosso querido guerreiro, funcionário do Hospital Fêmina, que agora é nosso
Diretor, que não é médico, mas que conhece bastante os meandros da saúde, meu
querido amigo, Diretor Pedro; meus queridos funcionários do Hospital Fêmina. O
ano de 1968 foi um ano especial para o mundo, quando os estudantes gritavam, na
Europa: “É proibido proibir!"; "Faça amor, não faça guerra!”, e em
especial para o Brasil. Zuenir Ventura nos diz que o ano de 1968 ainda não
terminou. Mas se esqueceu de dizer que, lá para o Sul do Brasil, se erguia,
nesse ano, um verdadeiro totem à saúde da mulher, que é o grande, maravilhoso,
encantador e trabalhador Hospital Fêmina, o Hospital Fêmina que resguarda a
saúde de tantas mulheres e que encanta profundamente o meu coração não só pelo
trabalho que faz, mas por ter permitido que eu pudesse levar o estudo que mais
fiz na vida, que foi a arte de cuidar da mulher, para dentro de suas portas.
Eu
falava no ano de 1968: quando tinha 21 anos, cursava o 3º ano da Faculdade de
Medicina, e o Hospital Fêmina não foi inaugurado, ele simplesmente, como o
mundo, como a vida sobre a terra, aconteceu. E aconteceu de que jeito? Através
de uma primeira cirurgia da saúde da mulher, cujo primeiro cirurgião chamava-se
Saul Ciulla, e o primeiro auxiliar desse cirurgião chamava-se Humberto Ciulla
Goulart, que mais tarde viria a ser médico do Hospital Fêmina; foi a primeira
histerectomia que aconteceu no Hospital Fêmina, da qual tive o prazer, a honra
e a satisfação de participar.
Eu
já havia ouvido meu tio Saul falar que alguns médicos, como o Croco, o João
Gomes da Silveira, estavam reunidos para fazer um hospital da mulher, que
tinham escolhido um nome comme il faut,
como devia ser, um nome francês, femina.
Fêmina vêm de femina, o nome francês
de uma grande revista primordial e inicial que surgia na França, como tantas
outras que há agora, dedicada à mulher. O Hospital Fêmina teve grandes
cirurgiões, e eu não vou poder falar sobre todos, mas alguns eu tenho de citar:
Saul Ciulla, que era cirurgião-geral, grande parteiro, grande ginecologista,
grande esterileuta, o homem que cuidava da esterilidade dos casais em Porto
Alegre no seu tempo; grande cirurgião, nos formou a muitos, e dentre seus
discípulos, formou José Rocha Duarte, provavelmente o maior cirurgião
ginecologista que tivemos na cidade de Porto Alegre, meu mestre. Nunca
conseguimos chegar com o bisturi nem perto do que operava José Rocha Duarte,
que se aposentou e hoje cuida da sua gente, da sua família e exerce ainda medicina
no seu consultório particular; foi um dos maiores cirurgiões que tivemos no
Hospital Fêmina. Não posso deixar de falar no meu querido Diretor do Hospital
Fêmina, já falecido – e faleceu muito cedo, por volta dos 50 anos – Júlio Edi
Chaves, um homem de grandes idéias, um cientista da ginecologia, que
complementou o estudo e o ensino que Rocha Duarte nos dava, um dos mais
regulares cirurgiões do Hospital Fêmina.
No
Hospital Fêmina aconteceram todos os movimentos de cirurgia capazes de
beneficiar uma mulher. Lá começaram os partos, lá se tratava também do alto
risco desses partos, que são as mulheres grávidas doentes, lá começou a
cirurgia ginecológica. Lá, junto com Rhea Cunha, com o próprio Júlio Chaves e
com este que vos fala, começamos a endoscopia ginecológica no SUS. O Hospital
Fêmina é primordial no que veio a ser a videolaparoscopia, tão decantada e tão
falada. As primeiras endoscopias, nós fazíamos com um ambu (oxigenador manual),
apertando o gás carbônico como gás para dentro do ventre das mulheres que
precisavam ser estudadas, que precisavam ser tratadas. Agora existem aparelhos
modernos que colocam, durante um tempo, a dose necessária de maneira
automática. Onde nós desbravamos a laparoscopia ginecológica? No 9º andar do
Hospital Fêmina.
Quanta
honra tenho de ter podido começar com isso, e as coisas evoluíram, e passamos
por um grande momento da cirurgia do câncer ginecológico. Lá dentro do Hospital
Fêmina, Jaime Pieta ensinava os seus discípulos a fazer a cirurgia de Wertheim-Meigs, uma cirurgia complexa
que dura horas, mas que, na mão de Pieta, durava poucas horas. Ela consiste em
atingir aquela zona com câncer ginecológico, retirar o útero, retirar os
ovários, parte da vagina, todos os linfonodos. Que maravilha! Essa cirurgia
acontecia e acontece no Hospital Fêmina pelo SUS. Ainda mais que o GHC e o
Hospital Fêmina são 100% SUS, aliás, 100% de um SUS 100%. Lá nós fizemos muitas
mastectomias, que são as cirurgias que poderão devolver a saúde à mulher com
câncer de mama. Lá também se começou a fazer a plástica de reconstrução das
mamas que foram ofendidas pelo câncer e pela cirurgia mais agressiva. As
primeiras plásticas de mamas reconstrutoras foram feitas onde? No Hospital
Fêmina de Porto Alegre. Quanta honra para este funcionário do Hospital Fêmina,
que agora é Vereador e certamente é Vereador porque trabalha no Hospital
Fêmina. Dificilmente teria conseguido atingir tanta gente nesta cidade de Porto
Alegre se não fosse um cirurgião, um atendedor de mulheres, um parteiro do
Hospital Fêmina.
A
obstetrícia também é maravilhosa no Hospital Fêmina, os seus plantões são
maravilhosos e muito movimentados, e há meses em que a Maternidade do Hospital
Fêmina é a primeira maternidade em número de partos e cesarianas na cidade de
Porto Alegre; passando a Santa Casa, passando o próprio Hospital Conceição, lá
está o “guerreiro Fêmina”, com os seus três obstetras de plantão. Lá se trava e
se vence a primeira luta contra a Aids no mundo, a redução a quase zero da
transmissão vertical. O que é transmissão vertical? Não é a transmissão que
passa de pessoa para pessoa doando sangue ou pela relação sexual, é aquela que
vem da mãe grávida que tem o vírus da Aids e que poderá passar para o seu nenê.
No Hospital Fêmina, de maneira inicial, começou a se tratar essa situação da
mãe portadora do vírus da Aids para que ele não passasse para o nenê, e quase
todos os nenéns que nascem no Hospital Fêmina nascem sem a doença! É a primeira
vitória contra a Aids acontecendo no mundo e certamente no Hospital Fêmina ela
é primordial; ela começou dentro do Hospital Fêmina, ditando inclusive para a
Europa e para os Estados Unidos a forma como Rosana trabalha, como os nossos
Diretores acolhem as mulheres com Aids. Este é o Hospital Fêmina!
Ah!
Vou falar de uma coisa encantadora, para terminar, que é o Projeto
Mamãe-Canguru. Descobriu-se, lá pelas tantas, que, se um nenê nasce muito
pequenino, muito fraquinho, se ele tiver o aconchego da mãe, ele se desenvolve
de maneira melhor, ele sobrevive, vai pegando peso e vai evoluindo simplesmente
pelo calor e pelo carinho da mãe, que coloca direto sobre sua pele o corpinho
do nenê pequenino e o encobre com a roupa que está vestindo. Este é o Projeto
Mamãe-Canguru; lá está no Hospital Fêmina. É por isso que ele é um Hospital
"Amigo da Criança"; é por isso que o Hospital Fêmina não é manchete,
não é estrela, a não ser quando querem. Mas é, seguramente, dentro do SUS, no
Brasil, o hospital mais bonito, o hospital mais encantador, o hospital onde tem
os médicos e os funcionários que mais se comprometem com seu trabalho de SUS.
O
Hospital Fêmina, Srs. Diretores, neste aniversário que agora faz, já mais do
que balzaquiano, é uma maravilha da saúde pública da minha Cidade, do meu
Estado e do meu País. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Meu amigo José Pedro, Pedrão, Dr.
Barichello, Dr. Nery Paes; Exmo. Ver. Elói Guimarães, há algum tempo eu escrevi
um ensaio sobre a localização dos hospitais. Os hospitais ficavam longe da
Cidade. O leprosário Itapuã, o Sanatório Belém, fugiam do Centro da Cidade. O
primeiro hospital de Porto Alegre, a Santa Casa, era fora da Praça do Portão; e
lá fora, longe da Cidade, se faziam os hospitais. Fora dos hospitais, havia a
rejeição da Cidade, pela sua incompetência de não resolver o problema dos
pacientes. Mas, dentro dos hospitais, havia a dor; a dor, que era consentida.
Hoje
é exatamente o contrário, hoje as cidades abraçam os hospitais. O hospital, que
era banido, hoje é aceito, e a dor, que era aceita, hoje é banida, graças a
Deus, e aos hospitais.
E
eu lembro, Ver. Dr. Goulart, da figura magnífica do Dr. Saul Ciulla. Uma vez
fui ao Fêmina, operei uma paciente do Dr. Saul; depois de tê-la operado, fiquei
muito tempo com ele na sala dos médicos. Por fim, nós nos demos um abraço
comovidos. O Dr. Saul, aquela competência, aquela dignidade como ser humano,
havia feito o meu parto. No dia em que eu nasci, quem me trouxe ao mundo, Dr.
Pedro, foi o Dr. Saul Ciulla. A minha maior homenagem, a minha saudade a uma
das grandes figuras da cidade de Porto Alegre.
Vivemos,
hoje, depois da festa do Dia Internacional da Mulher, o direito da mulher à
anestesia no parto. Vivemos, hoje, o direito da mulher à plástica de mama,
depois da mastectomia. A mulher, hoje, tem direito a um Conselho Hospitalar,
que fiscaliza e acompanha, permanentemente, o controle da morbidade e
mortalidade perinatal, seja na gravidez, no parto ou no puerpério.
Mas,
na verdade, a grande maravilha do Hospital Fêmina é o seu nome, sim, e a sua
localização fantástica no coração de Porto Alegre. A grande maravilha do
Hospital Fêmina são os seus funcionários, é a sua gente. Essa gente que,
diariamente, faz daquela instituição o orgulho de Porto Alegre, com aquele
afeto, aquela vontade de prosseguir, de superar barreiras.
Um
dia, eu, como Superintendente, recebi um doutor cujo nome todos aqui conhecem:
Dr. Lauro Hagemann Filho, filho do nosso Ver. Lauro Hagemann, que me pedia para
que eu autorizasse a compra de um tipo de medicamento cuja ampola custava mais
de mil reais. A justificativa e a explicação, todos vocês que trabalham nos
berçários conhecem: o surfactante injetável rapidamente amadurecia o pulmão das
crianças, retirava-as dos respiradores, fazendo com que diminuíssem a morbidade
e a mortalidade na UTI Pediátrica. Ele me fez esse pedido, foi atendido, e nós
fomos pioneiros nisso no Brasil. Um ano depois, chegava a Porto Alegre, com
formação em Paris, uma médica pediatra; perguntamos-lhe qual era a novidade, e
ela disse: “A grande novidade em Paris, hoje, é o uso do surfactante”, que nós
já usávamos aqui, no Hospital Fêmina. Então, temos esse orgulho com relação ao
Hospital Fêmina, pela sua utilidade pública, pela sua inovação,
especializando-se na mulher. E ele, além de se localizar no coração de Porto
Alegre, se localiza, meu querido colega e grande amigo Humberto Goulart, no
coração de cada um de nós. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Agora farão uso da palavra os
representantes do Hospital Fêmina, homenageado no dia de hoje. O Dr. Carlos
Eduardo Nery Paes, Gerente de Internação do Hospital Fêmina, está com a
palavra.
O SR. CARLOS EDUARDO NERY PAES: Sr. Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
citando especialmente o Ver. Aldacir Oliboni e o Ver. Dr. Goulart, e, em seus
nomes, cumprimento a todos os Vereadores desta Casa; senhores funcionários do Hospital
Fêmina e demais participantes, o nosso boa-tarde.
Nós
começamos enfatizando uma questão que foi levantada anteriormente, a nossa
ligação com o Sistema Único de Saúde.
O
Hospital Fêmina, como o conjunto do Grupo Hospitalar Conceição, está completamente
ligado ao Sistema Único de Saúde, que prevê, entre outras coisas, o princípio
da gratuidade, da integralidade e da universalidade do atendimento. Essas ações
estão no centro da atenção do Grupo Hospitalar Conceição e do Hospital Fêmina,
através de iniciativas pioneiras no Estado do Rio Grande do Sul e na cidade de
Porto Alegre, como o Programa: Nascer Aqui Vale a Pena. Esse é um Programa que
nós desenvolvemos hoje, em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde, dentro
da linha de atendimento à mãe e ao bebê. Ele prevê – e já estamos desenvolvendo
isso – um acompanhamento da gestante na Unidade de Saúde, que já sabe que o seu
bebê vai nascer no Hospital Fêmina, que aquelas situações que envolvam risco
maior para a gestante terão um atendimento imediato dentro do próprio Hospital;
que, ao nascer, o bebê já terá um retorno garantido, junto com a mãe, à Unidade
de Saúde, para revisão e posterior acompanhamento, promovendo, dessa forma, uma
relação integrada entre as Unidades Básicas e o Hospital, e, também, uma
relação regionalizada, pois a área que nós atendemos equivale a 256 mil
habitantes da cidade de Porto Alegre, cerca de 15% da população da nossa
Capital.
Portanto,
esse é um Programa que nós desenvolvemos que é de humanização do atendimento,
que faz parte do Programa Humaniza SUS, que também faz parte de um Programa
nosso, no Ministério da Saúde, que é o da Redução da Mortalidade Materna e da
Redução da Mortalidade Neonatal. Então, Verª Neuza, essas são ações que nós
procuramos desenvolver no sentido da redução dos índices de mortalidade - não
só em Porto Alegre, mas no Rio Grande do Sul - que envolvem a mulher - os
cânceres ginecológicos, cânceres mamários - que constituem a principal causa de
morte da mulher no nosso País, especialmente aqui na Região Sul do Brasil. E
esses Programas são conjugados a outros que já foram descritos, como, por
exemplo, o da Redução da Transmissão Vertical, que foi bem enfatizado pelo Ver.
Goulart. Hoje, por meio de atendimento a mais de 200 gestantes por ano, sem nenhuma
delas levando a transmissão do vírus da Aids ao bebê, nós estamos com uma
eficácia de 100% nesse atendimento a essas gestantes. Isso é um Programa, Verª
Mônica Leal, que nos destaca nacional e internacionalmente, como também em um
conjunto de outras ações, como o acesso à prevenção do câncer de mama.
Hoje
o Hospital Fêmina e o Grupo Conceição já dispõem de um número muito maior de
consultas, um número muito maior de exames na Rede Básica. E as pacientes que
são identificadas pela Rede Básica de Atenção na cidade de Porto Alegre para
realização de, por exemplo, mamografias, executam-nas no Hospital Fêmina e,
havendo alguma alteração, Verª Margarete Moraes, elas já são imediatamente
acompanhadas pelo Hospital Fêmina, fazendo com que ocorra uma redução substancial
entre o tempo do primeiro exame e o início do tratamento. Isso provoca uma
redução substancial da mortalidade da mulher por essas causas.
Então,
em rápida passagem, nós gostaríamos de dizer que esses Programas nós
desenvolvemos em conjunto com o Ministério da Saúde, como também o uso de
surfactante, que foi destacado anteriormente pelo Ver. Sebenelo, e hoje nós
temos um Programa de Pesquisa em conjunto com o Ministério da Saúde que é um
programa para utilização de um surfactante produzido aqui no nosso País, por
intermédio da Fiocruz, ou seja, são ações em que nós procuramos fazer com que
se desenvolvam cada vez mais as nossas capacidades de atendimento, não só no
âmbito hospitalar, mas também no âmbito da atenção básica, provocando,
portanto, uma qualificação maior da Rede de Atenção e provocando uma melhoria
das condições de vida da população porto-alegrense.
Então,
em nome dos 556 funcionários do Hospital, que estão aqui presentes, ou uma
parte deles, queremos agradecer à Câmara de Vereadores, agradecer à atenção de
todos os Vereadores e destacar que este aniversário do Hospital, os 37 anos, é
o início de um processo em que procuraremos fazer, cada vez mais, melhorias nas
condições de saúde da mulher porto-alegrense e do recém-nascido. Muito obrigado
e boa-tarde.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Gilberto Barichello, Diretor
Administrativo e Financeiro do Grupo Hospitalar Conceição, está com a palavra.
O SR. GILBERTO BARICHELLO: Excelentíssimo Presidente desta Casa
Legislativa, Ver. Elói Guimarães, já agradecemos em nome do Dr. João Motta e
Rogério Amoretti, que não puderam estar aqui, a esta homenagem da Casa
Legislativa de Porto Alegre. Isso, sem dúvida, coloca esta Casa muito próxima
da comunidade; acho que isso é fundamental. Quero agradecer especialmente ao
Ver. Aldacir Oliboni, proponente desta homenagem, e também ao Ver. Dr. Goulart
que propôs conjuntamente, aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras.
Talvez
a gente devesse lembrar que neste ano a revista Amanhã colocou o GHC como a
segunda marca mais conhecida e mais reconhecida na área da Saúde, o que não era
assim. Só no ano passado, 96% das matérias escritas publicadas sobre o Grupo
Hospitalar Conceição, foram matérias positivas. Isso é graças à atitude dos
trabalhadores e trabalhadoras do GHC que não medem esforços para a construção
do Sistema Único de Saúde, que precisam a cada dia reconhecer os desafios,
superar os desafios e atender mais e melhor a nossa população gaúcha. Mas,
aqui, não devemos esquecer daquelas pessoas que idealizaram e construíram o GHC
e especialmente o Hospital Fêmina, que trata da saúde da mulher. Portanto, esse
é um desafio e um compromisso que coloca trabalhadores e trabalhadoras do
Hospital Fêmina, do Grupo Hospitalar Conceição, do Ministério da Saúde, porque
esse Hospital é do Ministério da Saúde, e gestor estadual e municipal, para que
sejamos não apenas construtores ou prestadores de serviço, mas sejamos,
sobretudo, construtores de políticas públicas de saúde que consigam superar os
desafios, inclusive os colocados no tema da saúde da mulher - isso é
fundamental.
O
GHC e o Hospital Fêmina não são apenas prestadores de serviço, também são
chamados a construir políticas públicas. Somos, desde o ano passado, também uma
instituição de ensino, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, nós estamos fazendo
o primeiro Curso de Pós-Graduação de Informação e Tecnologia em Saúde, porque
fomos reconhecidos e passamos a ser uma instituição de ensino. Portanto, só
neste ano estaremos investindo 13,3 milhões de reais, Sr. Presidente, Elói
Guimarães, em obras e equipamentos. Começamos a construir a nova Emergência,
que está na área mais nobre do GHC - onde era a Diretoria -, que custará 2
milhões de reais. Para a área do Bloco Cirúrgico e SR, Dr. Sebenelo e Dr.
Goulart, serão 7 milhões de reais em equipamentos, para dar melhores condições
de trabalho aos trabalhadores e trabalhadoras, como também atender melhor ao
nosso cidadão e à nossa cidadã.
Para
o Hospital Fêmina, que hoje aqui está sendo homenageado, autorizamos uma
licitação para construir a sua nova Emergência, que custará 470 mil reais.
Autorizamos também a nova Emergência do Hospital Cristo Redentor, em torno de
2,5 milhões de reais. Já contratamos, e está em fase de execução, as duas subestações
de energia elétrica para os Hospitais Conceição e Cristo Redentor, o que soma
mais de 4 milhões de reais. Por que duas subestações? Porque o Hospital
Conceição e o Hospital Cristo Redentor, que têm andares desocupados, não têm
mais potencial e capacidade energética para incorporar novas tecnologias, novos
trabalhadores, novos equipamentos, o que significa atender mais e melhor o
nosso cidadão.
Esse
é um pouco o patamar do Grupo Hospitalar Conceição, que não é só o Ministério
da Saúde e a Direção que estão construindo isso, mas isso é fruto de uma
aliança com os trabalhadores e trabalhadoras do Grupo Hospitalar Conceição.
Portanto,
Sr. Presidente, Ver. Oliboni, Ver. Dr. Goulart, muito obrigado em nome dos
nossos colegas diretores, trabalhadores e trabalhadoras por esta homenagem.
Temos muito a caminhar e desafios a superar. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Agradecemos a presença do Dr. Gilberto
Barichello, do Sr. José Pedro Silva da Luz, do Dr. Carlos Eduardo Nery Paes,
dos funcionários e funcionárias do Hospital Fêmina que aqui nos honram com suas
presenças. Gostaria também de dizer que é uma honra para a Casa homenagear uma
instituição com as finalidades, com a história, com todo esse conjunto de
prestação de serviços para a nossa população, em especial, à saúde da mulher.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h09min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 15h13min): Estão reabertos os trabalhos. Registramos
a presença do Secretário Municipal de Planejamento, Ver. Isaac Ainhorn.
Passamos
às
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães;
prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, hoje quero trazer um
tema, nesta tribuna, referente a Porto Alegre com relação à produção primária,
aos agricultores de Porto Alegre.
Sr.
Presidente, estamos hoje, aqui, com a presença do Sr. Paulo Betio, Presidente
do Sindicato dos Produtores Rurais de Porto Alegre; do Sr. Paulo, coordenador
da Cooperativa Coolméia; da Dilma, da Cooperativa Arco-Íris; do César Pastro,
produtor rural, e de um conjunto de outras lideranças e entidades desse setor.
Trago esse tema para
debate e, ao mesmo tempo, pedindo o apoio, já, de todos os Vereadores e
Vereadoras desta Casa para uma Moção, que protocolamos hoje, em solidariedade
ao movimento dos produtores rurais, trabalhadores rurais e produtores
ecológicos de Porto Alegre, com o seguinte sentido. Essa é uma história longa
que se iniciou com a discussão, aqui, Ver. João Dib, do Plano Diretor da nossa
Cidade.
O Plano Diretor construiu
o espaço chamado “rururbano”, portanto, naquele momento, deixou de existir o
que chamamos de zona rural vinculada ao INCRA, e, com isso, criaram-se as áreas
de produção primária, e esta Casa, quando votou o Plano Diretor - eu, que
participava como Auxiliar Técnico -, aprovou, e tirou o encaminhamento que
deveríamos ter em construir uma lei complementar que isentasse todos os
produtores rurais dos impostos, e isso foi construído no final de 2002.
Porém,
neste período - de 2002 até hoje -, tivemos um conjunto de outros problemas, e
um dos problemas que persiste até agora, que está no âmbito do Governo do
Estado do Rio Grande do Sul, foi que a Companhia Estadual de Energia Elétrica,
em 2004, no início de 2004, retirou os subsídios sobre a tarifa de
energia elétrica a todos os produtores rurais que estão inseridos em perímetros
urbanos de Porto Alegre e das demais cidades do Rio Grande do Sul, e, com isso,
houve um aumento tarifário, Ver. Besson, de 152% sobre a energia elétrica que é
a base produtiva dos produtores primários.
Dito
isso, o que se fez? Um movimento, e, naquela oportunidade, como Coordenador do
Fórum da 8ª Região de Planejamento, junto com o Sindicato dos Produtores
Rurais, junto com diversos Vereadores, principalmente o Ver. Ervino Besson,
constituímos uma comissão e fomos à CEEE. A CEEE não aceitou a argumentação
legal do Município de Porto Alegre que dizia que esses produtores estão em área
urbana, mas são reconhecidos legalmente em área de produção primária. Dito
isso, conseguimos construir com o Governo Federal, com a Ministra Dilma
Rouseff, e o Presidente Lula assinou um Decreto no dia 26 de novembro de 2004,
dizendo que todos os produtores primários estando em área urbana ou rural têm o
direito à isenção. Vejam só, isso foi levado à CEEE, e a CEEE não aceitou esse
argumento, tanto que os produtores entraram na Justiça, por não ter sido aceito
um Decreto Federal, resultado de todo um trabalho que nasceu aqui em Porto
Alegre.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Comassetto, agradeço pelo aparte de V. Exª, só que não foi o
Governo do Estado - que fique claro -, foi uma decisão da Aneel, e a CEEE está
subordinada à Aneel. Que fique bem claro isso aí. Depois eu falarei na tribuna
também e vou-me pronunciar sobre isso.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Está correta a sua observação, porém,
neste momento, e eu chamo aqui... Conversei com vários colegas Vereadores hoje,
que são base de sustentação do Governo do Estado e apresentei a esta Casa uma
Moção. Peço, sim, a colaboração de todos, porque, naquele momento, não existia
um instrumento legal em nível nacional. Isso foi construído com base no
trabalho que nasceu aqui em Porto Alegre, e o Presidente Lula, Presidente da
República, assinou esse Decreto no dia 26 de novembro de 2004. O que fizeram os
produtores de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul? Foram até a CEEE, e a CEEE disse:
“Entrem na Justiça se vocês quiserem ter o direito”. Isso está errado. Aos
colegas aqui, aos produtores aqui presentes, esse trabalho vai e deve
continuar. Portanto, se a nossa Moção for apreciada hoje, peço o apoio de
todos, e da sua Bancada, Ver. Bernardino, do Governo do Estado, que já recebia
sinalização positiva para estar junto, no sentido de fazer com que essa
legislação federal seja cumprida também no Município de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a
palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Prezado Ver. Elói Guimarães, Presidente
desta Casa, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, é com grande alegria
que nós vimos a manifestação aqui da homenagem ao 37º ano do Hospital Fêmina,
simbolizando todas as conquistas e avanços importantes que se tem aqui no Rio
Grande do Sul, na cidade de Porto Alegre. Realmente, quando nós ouvimos sobre
as conquistas e os exemplos importantes - como nós dizíamos nos dias passados
aí - das coisas boas que há em Porto Alegre, isso não é uma questão menor, e
vale sempre ser homenageado. Como temos o Pronto Socorro da nossa Cidade, como
temos o Instituto do Coração, como temos inúmeros serviços de hospitais e áreas
de saúde que são realmente modelares, é importante fazer essa referência devido
àquilo que nós estamos assistindo, por exemplo, no Rio de Janeiro, no Governo
do Prefeito César Maia, o que é, sem palavras para mencionar, para qualificar,
a tragédia que as pessoas estão vivendo no Rio de Janeiro, com abandono,
descaso, e com a última atitude do Prefeito, “lavando as mãos” e dizendo: “É
bom mesmo que o Governo Federal intervenha no assunto”. Isso, na nossa
avaliação, não exime de responsabilidade e da cobrança política que deve ser
feita. Infelizmente, o povo do Rio de Janeiro reelegeu César Maia,
lamentavelmente, uma Liderança, um Prefeito que toma aquele tipo de atitude e
que deixa o povo no mais terrível caos, no abandono, sem assistência, sem
esperança. Infelizmente, o Governo Federal teve de tomar uma atitude na
sexta-feira, por intermédio do Ministério da Saúde, e intervir no Rio de
Janeiro, para trabalhar no sentido da reorganização e amparar a população da
Cidade e daquele Estado. É lamentável que isso aconteça, mas de outro lado há
esses exemplos aqui, que são exemplos que nos dão muita alegria, esperança e
certeza de que é possível, sim, as coisas serem diferentes, terem o sentido
desejado.
Venho
aqui também para falar um pouco sobre a questão da água. Felizmente, ontem, nós
fomos agraciados no Rio Grande do Sul e, em especial, em Porto Alegre, com uma
grande chuva, há muito esperada, que diminuiu um pouco a aflição, sem, no
entanto, eliminar toda a preocupação com aquilo que a gente viveu neste verão,
com a estiagem, com a seca, com todas as trágicas conseqüências trazidas a
partir desse fenômeno que é natural, mas que castiga, que deixa marcas
profundas em toda a economia, em toda a sociedade, em todos os lugares.
Eu
tenho aqui, em mãos, a Declaração do V Fórum Social Mundial de Porto Alegre,
quando reunimos todos os militantes, organizações, redes, sindicatos, toda a
inteligência e toda a mobilização relativa aos movimentos de preservação da
água como um bem estratégico da humanidade e de todos os seres vivos. E esta
Carta cria as bases e, pela primeira vez, Verª Neuza, nós reunimos todos os
principais lutadores mundiais numa direção: a da preservação da água, e que ela
preconiza o refutar, o rejeitar aquilo que aconteceu em Cochabamba, por
exemplo, onde serviços de águas foram privatizados de tal modo que as pessoas
não poderiam nem mais captar água da chuva através de cisternas, porque o
Exército fez uma ação e destruiu as caixas e levou as pessoas ao mais completo
desespero.
Então,
ações como essa são rejeitadas em luta nessa grande organização mundial. E
temos um conjunto de elementos, como por exemplo: declarar a água como um
direito humano universal, que ainda não é, mas que nós precisamos consolidar
isso como uma consigna da ONU.
A
água em mãos publicas, o serviço público de água e saneamento podem funcionar
sim, e muito bem, desde que tenha participação, controle social, democracia e
investimentos, eles podem ser modelares.
As
empresas transnacionais continuam com voracidade tentando controlar a água e
transformá-la em negócio.
Os
acordos comerciais, através da OMC e do GATT tentam apropriar-se da água e
transformá-la em um elemento da Convenção Internacional dos Serviços, como
objeto particular.
As
instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial e o FMI, e os
organismos multilaterais continuam a financiar, continuam a promover pesados
interesses associados às grandes multinacionais no sentido e na direção do
controle da água.
A
metas de desenvolvimento do milênio firmam de um lado o compromisso com o fim
da desigualdade e da pobreza, mas de outro lado estimulam a privatização e a
exclusão social pelo controle privado da água.
Devemos
combater todas as formas de privatização, entre elas a venda de ações ou as
parcerias público-privadas de qualquer governo, porque a água é o elemento
fundamental da saúde e não deve se prestar à geração de lucros ou não se deve
prestar à cobiça e à ganância que muitos almejam, que muitos cobiçam
incessantemente.
E
a preservação da água na natureza também como elemento fundamental, desde a
preservação dos nossos mananciais protegendo-os da poluição, bem como a
preservação, aqui no Brasil, do Aqüífero Guarany, que é um dos maiores
reservatórios, se não o maior, de água doce do mundo.
Também
dar uma ênfase especial à questão do gênero, pois 92% da água são administrados
pelas mulheres. Elas que lutam com as dificuldades, especialmente nos casos da
África e da Ásia, onde as meninas são privadas de ter acesso à escola, porque
tem de se dedicar a conseguir água para a família, e isso também incorporamos
na luta como um objeto a ser buscado para a paz, para o bem-estar e a qualidade
de vida de todas as pessoas.
Enfim,
ampliar as alianças e construir nossa união em um grande movimento mundial que
envolva todas instituições com a finalidade de preservar a água como um bem
público, social e acessível a todas as pessoas para um mundo melhor. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Claudio Sebenelo.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Ver.
Maurício Dziedricki, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, a reportagem de capa da revista Veja, e, também, hoje, uma matéria no
jornal Zero Hora, nos chamam atenção para uma prática que pode ter ocorrido no
território brasileiro extremamente perigosa para nossa sociedade. Imaginem que
candidatos do Partido dos Trabalhadores, nas eleições de 2002, poderiam estar
sendo financiados, patrocinados pelo narcotráfico. Isso que aparece nas
reportagens, tanto da Revista Veja, como, agora, do jornal Zero Hora, nos
remete, Verª Neuza, para a época em que era Governador do nosso Estado o agora
Ministro das Cidades, Olívio Dutra. E, numa ação que repugnou a todos nós, ele
recebeu como hóspede oficial, no Palácio do Governo, o então Hemán Ramirez,
integrante da guerrilha das FARC e que, nós todos sabemos, é um dos maiores
representantes do narcotráfico na América do Sul. E ele foi recebido como hóspede
oficial, naquela época, pelo então Governador Olívio Dutra. Agora vêm essas
denúncias, Ver. João Dib, de que exatamente em 2002 as FARC estariam
patrocinando as candidaturas dos petistas naquelas eleições.
Eu
acho que cabe, realmente, uma CPI, cabe realmente uma investigação mais
profunda. Acredito que, pelo perigo que isso possa estar representando para a
nossa sociedade, cabe uma investigação muito séria. Eu até não acredito que
essa investigação vá ocorrer, porque o Governo Federal, hoje, não tem nenhuma
intenção de fazer uma investigação mais profunda, mas eu acredito que as nossas
crianças e os nossos jovens podem estar, na verdade, sendo submetidos a um
perigo muito grande, porque, se houve realmente esse patrocínio por parte do
narcotráfico a candidatos petistas em 2002, o que acontece é que, hoje, deve
haver também uma facilitação para que essa ramificação do narcotráfico possa
ser feita com muito mais facilidade do que o era no passado. E isto é perigoso
para todos os setores da nossa sociedade, mas, principalmente, para os nossos
jovens.
Eu
até gostaria que outros Vereadores pudessem abordar esse tema. Eu gostaria que
a reportagem da Revista Veja não fosse vista como algo ideológico apenas, que a
reportagem da Revista Veja pudesse ser analisada exatamente com a importância
que tem: a importância de denunciar um fato que pode ter colocado os nossos
jovens em extremo perigo.
Hoje
eu não sei que estragos isso pode estar fazendo, realmente, à nossa sociedade.
Os
dados, muito embora eles não sejam extremamente amplos, são dados realmente
alarmantes, falando sobre um tal de Olivério Medina, codinome do Padre
Francisco Antonio Cadenas Collazos, conhecido como Embaixador das Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia. E uma nota oficial do Partido dos Trabalhadores,
dizendo que não tem, jamais teve relações financeiras com as FARC, mas com tudo
aquilo que nós conhecemos das relações do Partido dos Trabalhadores com as
FARC, tudo aquilo que nós conhecemos com aquela visita oficial do representante
das FARC...
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Ver. Luiz Braz, por gentileza, para
concluir, seu tempo terminou.
O SR. LUIZ BRAZ: Se isso o está incomodando, Vereador, eu
posso terminar já. Agora, se V. Exª me der licença, eu posso encerrar.
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O seu tempo terminou, e esta Mesa não
admite que...
O SR. LUIZ BRAZ: Eu vou encerrar, Vereador, assim como
todos os Vereadores têm direito a encerrar os seus pronunciamentos.
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O senhor pode encerrar o seu
pronunciamento.
O SR. LUIZ BRAZ: Todos os Vereadores têm direito, e eu vou
encerrar o pronunciamento. Eu vou encerrar, assim como V. Exª não repreende
nenhum representante seu que está aqui falando dos seus temas. Eu vou encerrar
este pronunciamento, dizendo que nós, que somos Vereadores de Porto Alegre,
temos de ficar atentos ao desenrolar desses acontecimentos de acordo com as
denúncias feitas pela Revista Veja. Nós temos, por obrigação, de prestar
atenção ao que ocorreu naquela época em que o Olívio Dutra recebia como hóspede
oficial um representante das FARC aqui, e tudo o mais que ocorreu de atos que
não foram os mais alvissareiros, o que nós poderíamos comemorar como atos bons
para a sociedade nessas relações entre o Partido dos Trabalhadores e o
narcotráfico.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Muito obrigado pela sua atenção. Queremos
lembrar que a Mesa procura sempre, após dar o sinal do término do tempo,
solicitar ao Vereador que conclua o seu pensamento. Não foi o que aconteceu no
momento. Nós pedimos para que os próximos oradores obedeçam ao tempo
determinado pela Mesa.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni,
neste momento dirigindo os trabalhos; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e também pela
TVCâmara, eu queria saudar a todos. Faço uma saudação muito especial, muito
carinhosa, ao Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais da Vila Nova, que
se encontra nas galerias, nesta Casa. E, também, ao César Pastro, outro
produtor, que neste ano abriu a sua propriedade para que fosse feito ali o
início da colheita da festa da uva, da ameixa, do figo e de outras qualidades
de produtos ali da nossa região, que foi na Praça Belém Velho. E, ao saudá-los,
queria estender essa saudação muito especial, muito carinhosa a todos os nossos
produtores, aqui da nossa Porto Alegre, da Grande Porto Alegre, e por que não,
do nosso Estado do Rio Grande do Sul.
Falava-me
ontem o Ivanor Dartora, César e Paulo, que também é uma pessoa que vocês
conhecem, pois ele tem um mercado na nossa região, um homem que compra muito na
Ceasa, que admirando alguns produtores, com essa brutal seca que o Rio Grande
está enfrentando hoje - agora, foi amenizada um pouco pela chuva de ontem –
como ainda conseguem levar um produto de excelente qualidade à Ceasa, e outros
também que abastecem, também, os minimercados, principalmente daquela região da
Zona Sul de Porto Alegre.
Portanto,
fica aqui o reconhecimento pelo trabalho, pela luta a essas pessoas, ao nosso
pequeno e médio produtor, que conseguem enfrentar todo esse problema da falta
de chuva, abastecendo o nosso mercado e a nossa Ceasa.
Meu caro colega Ver. Comassetto, esta Casa
cometeu um erro. Não vou dizer todos os Vereadores, mas vários Vereadores, no
momento em que esta Casa votou aquela lei retirando a palavra rural, essa
palavrinha tão curtinha, mas de tanto significado, e retirando a área rural de
Porto Alegre; cometeu um erro.
E
o segundo erro - agora vou entrar na parte que o Ver. Comassetto comentou,
sobre a CEEE -, é porque nós sabemos que as nossas companhias de energia são
subordinadas à Aneel, e, no momento em que esta Casa retirou esta palavrinha
tão curtinha - rural -, o que a Prefeitura tinha de fazer? Como existia uma
Medida Provisória da Aneel que estabelecia que desde o momento, cara Verª
Neuza, em que fosse retirada essa palavra “rural”, se perderia o incentivo. Eu
não sabia disso, acho que a maioria dos Vereadores não sabia. Então, a CEEE,
por uma Medida Provisória, teve que retirar esse incentivo aos produtores. Mas,
naquele momento, a Prefeitura teria – e não o fez – que cadastrar os produtores
e levar essa relação à CEEE, para que a CEEE tomasse conhecimento e comunicasse
ao órgão superior que ainda existia uma área produtiva, mas que simplesmente
mudou de rural para rururbana. A Aneel não entendia assim, portanto os
produtores perderam o incentivo.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Ervino, o Município, naquele momento, não desconsiderou os
produtores rurais. O que fez, e esta Câmara aprovou, foi tirar do âmbito
federal e trazer para o Município. E no nosso Plano Diretor está escrito:
“atividade de produção primária”. Então, está muito claro. A primeira questão é
essa.
E
a segunda questão é que nós construímos esse processo assinado pelo Presidente
Lula, e agora a CEEE tem de reconhecer. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Ervino Besson permanece com a
palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Clênia Maranhão.
O SR. ERVINO BESSON: Agradeço à Verª Clênia Maranhão, que me
concedeu seu tempo. Quando fomos comunicados por alguns produtores, no dia 18
de março, que haviam perdido o incentivo, de pronto marcamos uma audiência com
a Dra. Eunice Patines, que é a chefe da Seção de Apoio Comercial da CEEE.
Estivemos lá, juntamente com o Presidente Paulo Betio, com o Sr. Erci Moser –
que Deus o proteja; ele está numa situação de saúde um pouco delicada, mas
pedimos ao nosso Protetor lá de cima que recupere esse grande produtor, grande
pecuarista, que está sempre voltado à produção primária. Eu tenho certeza de
que em breve ele estará com a sua saúde em perfeitas condições para que possa dar
continuidade ao seu trabalho; e também o Antonio Bertaco e outros produtores da
região. De pronto, fomos atendidos.
Num
segundo momento, marcamos uma reunião com o Dr. José Mário Miranda, que é o
Diretor-Geral da Aneel, a quem entregamos um documento com a maioria das
assinaturas dos Vereadores desta Casa. (Exibe o documento.) Colocamos para o
Dr. Mário a situação que os nossos produtores estavam enfrentando. E também
marcamos uma audiência com a Dra. Maria Augusta Feldmann, a quem também
entregamos um documento na mesma linha para que ela tomasse conhecimento do que
estava se passando, hoje, em Porto Alegre, sobre a perda do incentivo pelos
nossos produtores.
Se
nós, aqui, tivemos uma ampla e dura discussão para conceder um incentivo aos
nossos produtores, isentando-os do IPTU; foi uma discussão muito forte aqui,
mas conseguimos, juntamente com os produtores, que fossem isentados. Não foi
muita coisa, mas é um incentivo a mais para eles. Agora, a gente dá um
incentivo, abre a janela para eles, e, de repente, arromba-se a casa, porque o
incentivo que eles tiveram com a isenção do IPTU foi muito menor do que a taxa
de luz, que praticamente dobrou de preço.
Tenho
absoluta certeza de que o Governador Rigotto, um homem do campo, um homem que
conhece a agricultura como poucos, que é daquela região de Caxias, um grande
celeiro produtivo, jamais, meu caro Comassetto, irá contra essa Medida
Provisória – que eu não li ainda – para dar incentivo ao nosso produtor. É o
mínimo que um Governo e um Parlamento podem e têm de fazer para incentivar os
nossos produtores. O homem do campo, o homem que produz, o pequeno e médio
produtores, são os que fazem o grande celeiro produtivo de alimento neste País.
No
momento em que o nosso Governo não se volta ao nosso produtor, à produção
primária, esse Governo está automaticamente falido, é um Governo falido, é um
País falido. Temos, sim, que incentivar a nossa produção, o homem do campo, o
homem que produz. Como eu já disse antes, com essa brutal seca que está
acontecendo hoje no nosso Rio Grande do Sul, os nossos produtores ainda
conseguem, com o seu esforço, com o seu trabalho, com a sua luta, ainda
abastecer o nosso mercado. Então, essa gente tem de ser incentivada. Porque
onde nós tivermos um Governo que apóie os nossos produtores - e falo do Governo
Central também, não só os Governos dos Estados, o Governo Central também tem de
ter a sua parcela de responsabilidade, incentivando os nossos produtores -, aí
eu acredito que este nosso País consiga uma mudança, uma mudança para melhor;
que está na nossa produção primária. E o homem do campo tem de permanecer no
campo.
O
Governo tem de fazer a sua parte, como foi feito aqui - eu destaco -, na nossa
Porto Alegre: com as secretarias incentivando o nosso produtor, estando ao lado
do nosso produtor. Perguntem aos produtores se, neste ano, não ficaram
satisfeitos com a política que foi adotada? Incentivando, dando condições para
que eles vendam o seu produto da melhor maneira possível, com um grande
retorno, como tiveram. V. Exª é sabedor disso, Ver. Comassetto. Alguns desses
produtores estavam praticamente desistindo de trabalhar na agricultura porque
não tinham incentivo; o pessoal produzia e não tinha como vender, e a
Prefeitura fez o seu papel, a sua obrigação de abrir locais em que eles
pudessem vender os seus produtos para ter um retorno melhor, como tiveram.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, para contribuir: o aumento da taxa de energia elétrica
para os produtores foi de 152% - primeiro, essa questão. A segunda questão é
que o Decreto existe; a CEEE não pode exigir que os produtores e entidades
tenham de entrar na Justiça para que seja cumprido um decreto, que é fruto,
sim, de uma política nacional. Nós temos de nos aliar aqui, todos os Partidos,
para fazer com que isso seja cumprido. A terceira questão: ontem, o Ministro do
Desenvolvimento, Miguel Rossetto, anunciou que todos os Municípios agora irão
cobrar o ITR, ficando a taxa para ser aplicada no próprio Município.
O SR. ERVINO BESSON: Ver.
Comassetto, pelo que eu entendo de lei, acho que uma lei federal é superior
a uma lei estadual. Ponto final.
Não
há o que discutir, uma lei federal supera sempre uma lei estadual; é uma lei
maior! E como eu já disse, para encerrar, meu caro Presidente, eu tenho
absoluta certeza de que o Governador Rigotto jamais colocará qualquer
empecilho, qualquer problema com relação ao incentivo aos nossos produtores, na
energia elétrica. Não tenho dúvida: isso não vai acontecer.
Portanto,
eu agradeço à Verª Clênia Maranhão, por ter me cedido o seu tempo. Quero dizer,
mais uma vez, para encerrar, ao César, ao Paulo, que levem aos produtores o
nosso abraço, o nosso incentivo, a nossa gratidão por tudo o que têm feito, ao
longo da história, produzindo para a nossa querida Porto Alegre, no nosso
Cinturão Verde, e, como eu já disse, vocês ainda conseguiram abastecer o nosso
mercado, mesmo com esta brutal seca que assola hoje o nosso Rio Grande.
Parabéns a vocês, e transmitam o nosso abraço a todo aquele grupo de produtores
que nós temos na Zona Sul de Porto Alegre, no nosso Cinturão Verde. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. RAUL CARRION: Ver. Elói Guimarães, gostaríamos de
comunicar que nós, na sexta-feira, no final da reunião extraordinária da
CUTHAB, fomos procurados pela comunidade Santa Mônica. São cerca de cem
famílias que estavam com uma ação de despejo para amanhã. Assumimos um contato
com a Caixa Econômica Federal, com o Ministro das Cidades, e queríamos dizer
que conseguimos a garantia de que não serão disponibilizados recursos para o
despejo de amanhã. Amanhã estará aqui a Caixa e também o DEMHAB, na reunião da
CUTHAB, às 16h30min, para tentarmos uma solução. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registrado, Vereador.
A
Verª Manuela d’Ávila está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores e todos aqueles que nos assistem, hoje, pela
TVCâmara e nas nossas galerias, venho ocupar esta tribuna, no período de
Comunicações, para apresentar algumas das nossas idéias acerca de um dos temas
de mais fundamental importância para o desenvolvimento do nosso País, que hoje
o Governo Federal apresenta, que é a questão da Reforma Universitária.
Nós,
do PCdoB, acreditamos que poucas vezes um clima tão efervescente existiu nas
universidades brasileiras. São muitas as questões debatidas pelo conjunto da
comunidade acadêmica, que, aproveitando um momento de maior democracia, quer
influenciar decisivamente nos destinos do ensino superior.
A
Reforma Universitária, como todos sabem, é uma pauta histórica dos movimentos
de educação. Até mesmo nos piores momentos, naqueles momentos em que a
democracia era mais frágil, como no período da ditadura militar, a UNE e os
movimentos da educação fizeram desse tema da Reforma Universitária um tema
central de seus debates, tendo claro que essa temática da Reforma Universitária
deve sempre permear qualquer projeto de desenvolvimento nacional.
Os
oito anos de Fernando Henrique foram anos de sucateamento da universidade
pública. Os recursos, segundo a Associação Nacional dos Dirigentes de
Instituições Federais de Ensino Superior, foram reduzidos em 15%. A contratação
de professores e as verbas para assistência estudantil foram suspensas.
O
próprio Fernando Henrique denomina essas ações como “a reforma inacabada do
Ensino Superior”, do seu Governo. Após esse triste período da ação e do
pensamento neoliberal, temos agora, com medidas pontuais do Governo Lula e com
o anteprojeto da Reforma Universitária apresentada pelo MEC, a oportunidade de
construir uma universidade com a nossa cara. Algumas medidas, como a
contratação de seis mil professores, a reformulação do sistema de avaliação, a
proposta de criação de um fundo complementar não-contingenciável, o fim da
lista tríplice nas eleições para reitores, a elevação do orçamento em um bilhão
e 700 milhões de reais em 2005, são sinalizações positivas do Governo Federal.
Entretanto,
nós, do PCdoB, também acreditamos que medidas de fundo, estruturais, devam ser
tomadas para conseguirmos vislumbrar uma universidade de longo alcance, uma
universidade, de fato, inserida no projeto nacional. E alguns pontos dessas
alterações de fundo já estão inseridos no anteprojeto da Reforma Universitária.
Outros, na nossa opinião, ainda devem ser debatidos e acrescentados, até o dia
30, como propõe o Governo Federal, a partir do Ministro Tarso Genro.
Primeiramente,
é necessário afirmar que o anteprojeto fixa o papel social das universidades em
nosso País. A partir da democratização do acesso, prevê a inserção de uma
crescente parcela da população que, em uma universidade com condições de
ensino, pesquisa e extensão, garantirá o desenvolvimento científico e
tecnológico, elementos centrais para a independência do nosso País. Na temática
do acesso, é imprescindível que façamos, no conjunto da sociedade, um debate
sério acerca da política de reserva de vagas, por curso e por turno, para os
estudantes oriundos da rede pública de ensino, bem como para os
afro-descendentes e indígenas. Nós sabemos que é necessário ir muito mais
fundo, muito além da política de cotas. Porém, seria irresponsabilidade de
nossa parte ficar esperando as mudanças estruturais da universidade e não lutar
pelas políticas que atenuam a exclusão social.
Portanto,
além das cotas, é fundamental que nós também saudemos a iniciativa do Governo
Federal de garantir que, até 2011, 40% das vagas estejam na rede pública de
Ensino Superior. Para nosso conhecimento, hoje, aqui no nosso Estado, apenas
16% das vagas são no Ensino Superior e 84% são na rede privada de ensino.
Historicamente, nós levantamos que a questão da autonomia e do financiamento
são os dois temas centrais para a nossa reflexão acerca da universidade pública
brasileira.
No
anteprojeto do MEC, a autonomia ganha o sentido tão lutado e tão idealizado
pelos educadores e pelos estudantes do nosso País. Nós e a Prof.ª Wrana
Panizzi, ex-Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que é uma
referência nesse tema, sempre debatemos a autonomia de gestão, a autonomia
administrativa das universidades, e sempre reconhecemos que essa autonomia não
era a soberania das universidades; que essa autonomia passava, sobretudo, pela
garantia de financiamento público, ao contrário do que os oito anos de Fernando
Henrique nos diziam, que a autonomia era a mera busca de recursos fora das
universidades, para garantir o seu sustento.
Com
esse anteprojeto, a autonomia e o financiamento ganham a centralidade que nós
sempre debatemos.
Eu
peço, Sr. Presidente, Tempo de Liderança para concluir o meu pronunciamento.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): V. Exª continua com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Tendo, inclusive, sido ressaltado no
anteprojeto do MEC que essa autonomia é regida pelos estatutos da universidade.
E aqui nós queremos, mais do que prevê o anteprojeto, que esses estatutos não
estejam subordinados ao Conselho Nacional de Educação, que ainda é uma das
heranças malditas do Governo Fernando Henrique e que ainda prevê a maior
parcela de representação para os dirigentes das universidades privadas do nosso
País.
No
corpo do texto do anteprojeto, nós também identificamos outros elementos
positivos com relação ao financiamento das universidades públicas no nosso
País, como é, por exemplo, o fato de 75% dos recursos destinados à Educação
serem destinados à universidade pública do nosso País.
Além
disso, outro ponto significativo de avanço no anteprojeto é a questão da
desvinculação da folha de pagamento dos inativos e dos aposentados das
universidades federais da pasta do Ministério da Educação. Essa é uma
reivindicação histórica da União Nacional dos Estudantes, dos professores e dos
movimentos educacionais do nosso País. Nós sabemos que hoje os inativos, os
aposentados, representam 30% dos recursos das universidades públicas. Uma vez
que esses aposentados não terão prejuízo, porque passarão para a Pasta da
Previdência, nós acreditamos que os recursos oriundos dos fundos das
aposentadorias devem ir para a assistência estudantil e para essa nova forma
autônoma de administrar e de gerir os recursos da universidade.
Portanto,
é importante salientar que o centro da questão do financiamento das
universidades públicas passa pela responsabilidade social, pelo papel que o
atual Governo vê que as universidades federais devam cumprir no nosso País; o
papel pioneiro, o papel de ter como sua prioridade o desenvolvimento nacional,
a inclusão social, o desenvolvimento científico e tecnológico que garantam, de
fato, a nossa independência e a nossa soberania. E essas são questões que
enfrentam uma resistência enorme de diversos setores.
Eu
poderia entrar no Plano Nacional de Assistência Estudantil; na questão do marco
regulatório das relações das empresas com a universidade, um sonho que parecia
distante, mas que vem a partir da lei de iniciativa da administração
tecnológica do Governo Federal. Nós poderíamos entrar na questão da
regulamentação, de fato, do ensino privado, acabar com a farra dos “tubarões do
ensino”, como são popularmente conhecidas as mantenedoras das universidades
privadas, que têm o lucro como seu centro e não a questão de estar cumprindo
uma função social, como prevê a nossa Constituição. Mas acho que é
imprescindível que nós tenhamos claro o que está em disputa com esse
anteprojeto da Reforma Universitária: a disputa ideológica que está dada e a
importância de cada espaço da sociedade brasileira, desta Câmara de Vereadores,
dos professores da Rede Municipal de Ensino, dos professores e dos estudantes
das universidades em fazerem esse debate.
O
anteprojeto coloca a universidade pública como centro do debate da Educação
Superior no nosso País, transforma e revigora essa universidade como centro de
pensamento e de geração de conhecimento para o desenvolvimento nacional; regula
a interação do mercado, do capital externo nas ações das universidades
particulares do nosso País.
E
é por isso que nós temos hoje bem claras quais são as disputas que estão dadas
no bojo do debate acerca da Reforma Universitária, do anteprojeto apresentado
pelo Ministro Tarso Genro. Se, de um lado nós temos a turma de Fernando
Henrique, representada simbolicamente pelo ex-Ministro Paulo Renato - que além
de ser um neoliberal, ainda hoje é assessor das universidades privadas; temos a
visão de que o Estado não deve financiar a universidade pública; temos os
“tubarões do ensino” que não querem que o Estado regulamente a ação das
universidades privadas -, de outro lado, nós temos aqueles que, no intuito de
enfraquecer o Governo Federal, tentam achar medidas privatizantes nessa Reforma,
que é a mais avançada até agora apresentada pelo Governo Lula. Uma Reforma que,
na nossa opinião, do Partido Comunista do Brasil, é o principal instrumento de
combate a essa política econômica, que tem no seu centro a elevação das taxas
de juros e o superávit primário. Porque quando nós afirmamos que é preciso
investir recurso público na universidade pública, nós afirmamos que é possível,
sim, mudar o nosso País.
E
nós acreditamos que hoje a disputa se dá pela aprovação do anteprojeto em
Brasília, pelo debate, pela incrementação desse anteprojeto, que não é
perfeito, mas se dá, sobretudo, porque é um debate dos rumos do nosso País, e
nós acreditamos que é preciso mudar a universidade para mudar este País. Muito
obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, há alguns temas, em nível
federal, que gostaria de dialogar com a comunidade de Porto Alegre e também com
esta Casa, mas antes gostaria de tecer alguns comentários em relação a questões
visíveis que estão acontecendo na nossa Cidade. Eu lembro das muitas críticas
que a Administração Popular em Porto Alegre sofria quando alguns Parlamentares
vinham a esta tribuna e falavam que nós éramos bons de pintar - deixar tudo
bonitinho, pintadinho, como a sinalização do trânsito -, mas que nós não
discutíamos questões maiores da nossa Cidade. Hoje é triste vermos lixo nas
ruas, em todos os lugares, principalmente na periferia. Com relação à capina, à
poda da grama, é só olhar próximo à PUC, é uma vergonha a forma como está sendo
feita. Então a gente já começa a perceber que nos serviços está o grande caos
em que nossa Cidade começa a entrar. Bom, estamos preocupados com o que está
acontecendo na ponta.
Vereadora
Neuza, sei que V. Exª tem grande preocupação com a questão das crianças, então
estamos discutindo e protocolando aqui na Câmara um Projeto para que o dia 11 de
outubro seja o Dia Municipal de Luta pelas Creches, já que o dia 12 de outubro
é o Dia Nacional da Luta pelas Creches.
Nós
queremos contribuir com este Governo, principalmente com o Secretário Busatto,
que em todas as reuniões que comparece fala muito na questão da construção de
creches; então, queremos contribuir nesse sentido. Agora, é inconcebível, com
relação à questão do repasse - no primeiro mês nós até compreendemos; entraram
agora, estão com dificuldades, estão tomando conhecimento -, que ainda no
terceiro mês esse repasse das creches venha acontecendo de forma atrasada, como
se criança pudesse esperar. Ao menos aquelas que já têm o convênio, que têm uma
assistência, elas ainda estão passando por esse problema. Então, é inadmissível
que nós, após o terceiro mês, aceitemos uma desculpa desta Gestão, dizendo que
não há verba. Existe verba; ela está lá. Eu só posso chegar a uma conclusão: é
incompetência! Isso não é possível.
Nós
queremos chamar, sim, à Comissão responsável aqui na Câmara, para uma discussão
sobre esse tema, sobre o que está acontecendo, sobre a falta de
responsabilidade do não-repasse às creches assistenciais de Porto Alegre em
relação ao trato da criança. Não é possível! É prioridade número um, foi na
nossa Gestão, e nós não vamos aceitar, porque não é falta de verba. Existe a
verba e não está acontecendo o repasse.
Então,
atenção, comunidade de Porto Alegre, para esse fato gravíssimo que está
acontecendo.
Ver. Luiz Braz, com todo respeito, há dias venho percebendo
que o senhor deve estar realmente muito nervoso, inclusive, estou solicitando o
número de vezes que isso tem acontecido. Eu já lhe disse, carinhosamente, que
isso faz mal à saúde. Eu queria dizer a V. Exª, Vereador, que deveria ter lido
o jornal Folha de São Paulo de domingo, que deixa claro, e até gostaria que
fosse mostrado. (Mostra o jornal Folha de São Paulo.) (Lê.): “Relatório da Abin
sugere que FARC fez doação ao PT”. E logo abaixo diz o seguinte (Lê.): “A
informação foi divulgada, ontem, pela (revista) Veja, que ressalva ter
investigado o assunto por cinco semanas e não ter obtido prova documental de
que tais repasses tenham ocorrido de fato”. Na outra página, eu até queria lhe
ajudar, está escrito bem grande, Vereador (Lê.): “PSDB exonera servidor e
frauda teto salarial”. Seu Partido, Vereador. Então eu acho que, em tudo aquilo
que for necessário CPI, nós temos que fazer, sim, mas no caso de São Paulo, que
já está comprovado que tem envolvimento da alta cúpula do seu Partido, nós
também temos que fazer uma indicação para uma CPI.
Então nós não podemos ter duas medidas, nós temos que ser
sérios nas coisas. Aquilo que é comprovado está aqui. Aquilo que está em
dúvida, o ônus da prova é de quem acusa, Vereador. Então o fato de nós estarmos
aqui e termos um certo aparato de que a gente não pode ser processada por falar
qualquer coisa, não é bem assim, Vereador, V. Exª sabe disso. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à
O Ver. Dr. Goulart está com a palavra
para um Requerimento.
O SR. DR. GOULART (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da
ordem dos trabalhos. Que apreciemos, em primeiro lugar, o Veto Parcial ao PLL
nº 119/04, em segundo lugar o Veto Total ao PLL nº 043/03, após o Veto Parcial
ao PLL nº 182/03, e, depois, o Veto Total ao PLCL nº 012/04. Depois, segue-se a
ordem normal.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu não vou encaminhar da
tribuna, mas eu já vou dizer que sou contrário. Eu acho que a ordem do nosso
espelho deve ser mantida.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Dr. Goulart, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Antes
de tratarmos das matérias, conforme Requerimento aprovado, submeto à
deliberação do Plenário os seguintes Requerimentos:
Em
votação o Requerimento de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que solicita seja
votado em destaque o art. 3º do PLL nº 119/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento
de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que solicita seja votado em destaque
o art. 1º e § 1º do PLL nº 043/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação dois Requerimentos de autoria do Ver. João Carlos Nedel; o primeiro
solicita que seja votado em destaque o Veto ao art. 11 do PLCE nº 007/04; o
segundo solicita que seja votado em destaque o art. 12 e seu parágrafo único,
com incisos I a VI, do PLCE nº 007/04. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 2690/04 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 119/04, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que cria a Feira Popular de
Artesanato, Artes Plásticas, Culinária Artesanal, Antiguidades e Típicos do Rio
Grande do Sul no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D’Avila: pela manutenção do Veto Parcial;
- da CUTHAB. Relator Ver. Carlos Comassetto: pela manutenção do Veto ao
§ 2º do art. 4º e pela rejeição do Veto ao art. 3º;
-
da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela manutenção do Veto Parcial;
-
da COSMAM. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela manutenção do Veto
Parcial.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 14-03-05.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 16-03-05 (quarta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o
PLL nº 119/04, com Veto Parcial. O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha os nossos trabalhos, esse
Veto Parcial do Prefeito Municipal de Porto Alegre diz respeito a uma feira num
Projeto que é apresentado por este Vereador que cria a Feira Popular de
Artesanato, Artes Plásticas, Culinária Artesanal, Antiguidades e Típicos do Rio
Grande do Sul no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho e dá outras providências.
Todos
nós sabemos das inúmeras feiras que há em Porto Alegre que são
institucionalizadas, que são regulamentadas. Aqui no Parque Maurício Sirotsky
Sobrinho, na Semana Farroupilha, em setembro de cada ano, não existe uma feira
popular sem custo para o cidadão, para o expositor. Essa feira vai possibilitar
que todos, uma vez cadastrados junto à SMIC, possam, nessa Semana Farroupilha,
expor ali no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, sem custo.
O
que existe hoje é uma feira de grande poder aquisitivo. Nós queremos uma feira
popular. Nós queremos que aqueles artesãos que estão na Av. José Bonifácio aos
sábados, aos domingos, os que estão na feira da Usina do Gasômetro, os que
estão nas 25 feiras-modelo de Porto Alegre - muito mais do que isso, não só os
dois mil artesãos que estão espalhados pela Cidade com espaços públicos para
expor sua arte, sua cultura - possam ter mais um espaço institucionalizado.
O Veto do Prefeito não
veta a feira, ele veta o art. 3º, que cria a comissão de artesãos para que essa
negocie junto ao Poder Público a possibilidade de determinar o local,
determinar um espaço sem custo para eles. Essa comissão, constante no art. 3º,
no nosso entendimento, não pode ser vetada. Pode ser vetado – e aí pode haver
concordância – o art. 4º, § 2º, que diz que as feiras podem ou não ser
padronizadas. Bom, aí cabe a quem coordena, então, a Semana Farroupilha,
evidentemente; se nós observarmos o custo que haveria na padronização das
bancas, teria sentido, mas a comissão que forma a Feira, como há em todas as
outras feiras, entidades, isto é, associações, ela tem de ser legitimada. Nós
não estamos aqui imaginando que o Prefeito publicará um edital na Cidade para
que todos os artesãos que quiserem expor na Semana Farroupilha se dirijam à
SMIC. Meu Deus do céu! Irão aparecer os 6 mil que hoje há em Porto Alegre! Nós
queremos que uma entidade representativa desses artesãos negocie com o Poder
Público para expor determinado número de bancas, isto é, vão ser disponíveis
100 bancas, então é evidente que essas bancas serão determinadas pela entidade
que os representará.
Então,
eu acredito que este Veto, em parte - e aí nós votamos com o Parecer do Ver.
Comassetto, nosso companheiro do PT, e no Parecer, se vocês observarem no
Projeto, diz que não concorda com a eliminação do art. 3º, mas concorda com a
eliminação do § 2º do art. 4º. Por essa razão, nós pedimos a colaboração dos
nobres Vereadores, para que votemos aqui o que já existe nas outras feiras.
Nós
podemos extinguir a comissão, Ver. Odone, Verª Clênia, acho que tem mérito, nós
até agradecemos; está o Governo reconhecendo que é possível haver uma feira
popular ali, é uma extensão do trabalho do artesanato, das artes plásticas, da
culinária, mas ele está vetando uma comissão que vai ajudar o Poder Público a
organizar, juntamente com a administração do Parque. Nesse sentido, então,
pedimos a colaboração para que votemos separado, conforme foi encaminhado no
Requerimento, o Parecer do Ver. Comassetto, que vai nessa direção. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
discutir o PLL nº 119/04, com Veto Parcial.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, pois aqui está, Ver. Haroldo de Souza, a grande diferença,
marcante diferença entre o Governo passado e este Governo; este Veto aqui é do
Prefeito Fogaça, é um Veto Parcial. Ver. Ibsen Pinheiro, jamais, nos 16 anos de
Administração petista, um Vereador desta Casa pôde fazer qualquer Projeto para
criar uma feira, para criar um evento na Cidade, da forma como foi feita pelo
Ver. Oliboni, e que merecesse, por parte do Alcaide Municipal, apenas um Veto
com referência à ingerência de dois artigos na montagem da Exposição
Farroupilha, durante o mês em que os farroupilhas ocupam o nosso Parque de
Exposições.
Jamais,
nos 16 anos, qualquer Vereador desta Casa, pôde fazer alguma coisa parecida.
Acho que o Ver. Nereu, que fez o Projeto da Feira do Bom Fim, teve de fazer
muitas negociações aqui com a Bancada petista para poder, de repente, ter o seu
Projeto meritório, aprovado por esta Casa. Teve de ter participações dos
Vereadores situacionistas, naquela época, para poder ter o seu Projeto
aprovado. O Ver. Adeli foi contra.
Agora,
jamais um Vereador teve essa moleza que está encontrando o Ver.Oliboni de
propor uma Feira durante o mês Farroupilha, aqui no nosso Parque de Exposição,
e ter só dois artigos vetados, e não foram os artigos que dizem respeito à
possibilidade da existência da Feira. Não, são dois artigos que eu penso que o
Prefeito tem toda a razão de vetar, porque, se nós aceitarmos a matéria tal
qual ela está, Ver. Oliboni, nós vamos comprar uma briga com os organizadores
da Semana Farroupilha. E aí vamos comprar briga com eles! Porque, da forma como
está, não vamos dar “nem pelota” para eles, alguém pode montar uma barraquinha
de feira lá da forma como quiser e aí, depois, vai dizer: “Não, se eu for mexer
aqui diferente, terei gastos!” E, para não ter gastos, diz aqui o texto feito
pelo Ver. Oliboni, que a barraquinha pode ir de qualquer maneira lá na Feira.
Então, acho que tem de vetar mesmo. Desculpe, Ver. Oliboni, mas eu acho que os vetos são absolutamente sinceros por parte do Prefeito. Agora, quanto à diferença entre uma Administração e outra, eu gostaria que V. Exª viesse aqui, nesta tribuna, e a reconhecesse, porque, afinal de contas, isso é administrar uma Cidade! Isso é administrar sem ódio, sem ressentimentos! Isso é administrar considerando os Vereadores da Câmara Municipal sem fazer essa diferença entre Vereadores de oposição e de situação! O Prefeito do Partido de V. Exª jamais levou em consideração os Vereadores da oposição! Jamais! E eu fico realmente abismado que V. Exª tenha feito toda uma defesa do seu Projeto sem se referir a essa diferença entre uma Administração e outra. Uns ditadores que causaram mal a esta Cidade! E o outro Administrador não teve nenhum problema em, de repente, sancionar os artigos capazes de proporcionar uma feira em uma das épocas mais espetaculares que nós temos nesta Cidade, que é a época dos Farroupilhas aqui em Porto Alegre, e o Administrador atual não teve nenhum problema em aprovar o Projeto de V. Excelência.
O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Luiz Braz, nós reconhecemos, como eu falei na tribuna, os
méritos do Projeto e os méritos que o Prefeito tem em possibilitar mais um
espaço público aos artesãos. E, se V. Exª observar, no art. 3º diz que será
administrado por uma comissão tripartite - artesãos, Poder Público e a
administração do Parque. Então, evidentemente que nós não estamos aqui fazendo
uma coisa que não existe nos outros projetos. Todos os outros projetos foram
aprovados pelo Prefeito Municipal. Creio que todo e qualquer espaço socializado
pelo Poder Público vai ser aprovado pelos demais Prefeitos que virão no futuro.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Oliboni, eu só quero ler aqui o
artigo que foi vetado: “A Feira será regida por regras a serem definidas por
uma comissão que integre representantes das entidades associativas de artesãos,
artistas plásticos, culinaristas e antiquários, regularmente estabelecidas, e
representantes de todas as feiras desses segmentos de Porto Alegre”. E, depois,
§ 2º do art. 4º: “Os organizadores responsáveis pelo Acampamento Farroupilha
não exigirão padrões de instalação da Feira que represente custo para os
expositores”. Ora, pelo amor de Deus! Se o Prefeito não vetar isso, o que vai
ser essa Feira? O que vai ser essa exposição? Então, realmente, eu acho que nós
temos de aceitar o Veto e, ao mesmo tempo, pedir que alguém do PT venha aqui e
diga a diferença entre os administradores ditadores do passado e o
administrador atual, democrata!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a
palavra para discutir o PLL nº 119/04, com Veto Parcial.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães,
prezados colegas Vereadores, colegas Vereadoras, prezado público que nos
assiste, vim aqui contribuir para o debate sobre este Projeto que cria a Feira
Popular de Artesanato, Artes Plásticas, Culinária Artesanal, Antigüidades e
Típicos do Rio Grande do Sul no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho e dá outras
providências.
Há
vários Projetos tramitando na Casa, que tratam da questão da cultura do gaúcho
e que trazem este assunto para que possamos potencializar o tema da cultura do
gaúcho. E tive a oportunidade de dar, pela CUTHAB, o meu primeiro Parecer sobre
o Veto aos dois artigos que o Exmo. Sr. Prefeito propôs a esta Casa. E quero
dizer ao Vereador que me antecedeu, que o debate que nós temos que fazer aqui é
o debate de qual é a melhor proposta para construirmos os Projetos mais
qualificados, mais democráticos e que tragam a maior essência de qualidade para
a cidade de Porto Alegre.
Foi nesse sentido a leitura que este Vereador fez e propôs ao Plenário este debate.
Sobre os dois artigos colocados, um dos artigos que o Prefeito veta, Verª Clênia Maranhão, diz que não precisa ter ou buscar grandes qualidades da feira. Não concordamos com isso, concordamos com o Sr. Prefeito e mantemos o Veto. O outro que não acordamos, pelo menos no nosso Parecer, é quando o Ver. Oliboni propõe que essa feira, para ali se instalar, seja constituída de uma comissão bipartite, ou seja, dos expositores que ali estão junto com o Município. Para quê? Para discutir a qualidade da feira, o seu funcionamento, os horários, a questão do preço, a questão da qualidade, a questão da relação pública, a questão de segurança, a questão de interface com os demais temas ali tratados, seja a exposição de animais, seja a questão cultural do gaúcho.
Enfim, esse entendimento, Ver. Luiz Braz, tem de trazer para a nossa mesa e para a nossa relação de legisladores, garantias no processo de atividade de gestão pública, que a sociedade e, nesse caso, os diretamente envolvidos, possam constituir uma comissão para dialogar com o Executivo Municipal para que o projeto seja um projeto de melhor qualidade para a Cidade. Não está aqui em discussão se a feira vai ou não existir, isso já foi aceito pelo Sr. Prefeito Municipal, conforme o Projeto do Ver. Oliboni. O que está em discussão aqui é simplesmente a gestão desta feira; se ela terá, assim como todas as outras feiras da Cidade têm, um sistema de gestão que abre para que a comunidade e os setores envolvidos possam participar, e os problemas ali surgidos, ou as propostas de gestão e de qualificação, possam ser resolvidos na mesa e no diálogo. E aí eu vou na linha que V. Exª veio apresentar e defender, que o Executivo que aí está quer construir através do diálogo. O que nós mantemos aqui, contrário ao Veto do Sr. Prefeito nesse artigo, é garantindo que a discussão sobre a elaboração e a qualidade da instalação dessa feira, que é uma feira popular de artesanato, artes plásticas, culinária artesanal, antiguidades e típicos do Rio Grande do Sul, possa ser, com todos os envolvidos, qualificada, debatida e, afinal de contas, ser construído o melhor projeto para a Cidade.
E se é o melhor projeto para a Cidade tem que ser construído com os saberes de todos os Srs. Vereadores, independente do Partido. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 119/04, com Veto Parcial.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador Elói Guimarães, Presidente desta Casa, caros Vereadores, Vereadoras, nós temos acordo com o Veto que retira o indicativo de que não haverá exigências para investimentos na estrutura, porque acho que, sim, Porto Alegre está numa organização e num nível de capacidade de receber os turistas, apresentar a sua cidade, que vai exigir, com certeza, um formato que esteja à altura, inclusive, do parque Maurício Sirotsky Sobrinho.
No
que a gente não tem acordo é com o Veto, que prevê uma comissão tripartite para
organizar essa feira, e aí parece algo muito singelo. Bom, uma comissãozinha de
uma feira! Mas isso tem uma marca, uma marca que esta Cidade vem vivendo
intensamente que dá muito trabalho, muito trabalho para quem governa, Ver. João
Dib, construir as políticas, da pequenina à grande política pública, a do Plano
Diretor, com a participação popular. Dá muito trabalho estabelecer um diálogo,
e, mais do que isso, estabelecer um diálogo que leva a decisões. Mas essa
sempre foi a nossa visão de participação popular, uma participação com poder de
decisão, com poder de deliberação, com poder que põe em pé de igualdade Governo
e sociedade. É uma tripartite que pensa que a organização do parque, o governo
e os expositores, os artesãos terão força de deliberação, e aí se dilui o poder
de quem está provisoriamente no Governo. E essa é a lógica da participação
direta. Não é a idéia de chamar para fazer uma consulta, num determinado
momento, de participação que prevê um voto na eleição e depois bons
representantes dão conta, o representante eleito é ungido e tem uma
clarividência, porque ele é eleito, porque ele é ungido, ele sabe o que é bom
para o povo, porque ele está testado. Na verdade, o grande teste do governante
é a sua capacidade de medir, de verificar, de dialogar a necessidade, a fala da
comunidade, e, mais do que isso, correr o risco da decisão tomada lá na ponta a
não ser exatamente a que ele pensou, porque de fato ele é democrata, de fato
ele vai para o diálogo e define, a partir do diálogo, permite a decisão tomada.
Esse
é o desafio da participação popular que a gente acha que pode avançar em Porto
Alegre. Recuar disso, significa perder o poder que essa sociedade construiu.
Nós
trazemos aqui o desafio dos fóruns de governança local. Algumas notícias que já
escutamos nos preocupam. Uma delas é que a idéia de solidariedade está sendo
transformada em uma idéia de desresponsabilização. Quando se combinam alguns
fatores como discurso geral: “olha, a Prefeitura está quebrada, não tem
dinheiro, a verdadeira face é que faltam recursos”, e, ao mesmo tempo vai-se
para a comunidade fazer governança, e ela, como é solidária, o Governo vai dar
uma parte, a outra parte a sociedade que providencie.
Verª
Neuza, está-se falando em creches comunitárias, bem diferente da sua idéia da
Casa da Criança. Nas creches comunitárias, a Prefeitura vai dar uma parte dos
recursos e a comunidade que vá atrás do restante. Nós temos a certeza de que
proposto isso para uma comunidade absolutamente carente em que tem de ser feita
a creche, nós vamos constituir, na verdade, uma violência com aquela comunidade
que lutou, que deliberou, que colocou como prioridade no Orçamento da Cidade a
construção da creche. Nós tivemos uma situação em que fizemos isso, mas foi uma
situação muito diferente de deliberação em Plano de Investimento ou deliberação
em Conselho do Orçamento.
Por
decisão da comunidade, nós conveniamos uma creche que era de madeirinha,
completamente inadequada, muito pequena - eles não tinham conquistado
construção, tinham conquistado convênio - e alcançamos um recurso, no início do
convênio, de 26 mil reais à comunidade, que construiu uma creche de alvenaria.
Isso é muito diferente de construir um método em que o Governo se retira, faz o
discurso de que não há recurso e transfere responsabilidade para a comunidade.
Por isso, senhores, somos contrários ao Veto, porque democracia é assumir plenamente a responsabilidade, mas mais do que isso, é assumir o risco de dividir poder de fato, de construir instâncias de deliberação de fato, em todos os cantos desta Cidade, e autorizar de fato que essas instâncias tenham poder de deliberação. Então tem, sim, que se ter essa comissão tripartite para que essa feira seja de fato resultado do diálogo dos artesãos, da sociedade e do Governo.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a
palavra para discutir o PLL nº 119/04, com Veto Parcial.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras
e Srs. Vereadores, especialmente Ver. Aldacir Oliboni, sem nenhum demérito ao
seu trabalho, o Prefeito podia simplesmente vetar a feira por vício de origem,
porque naquele mesmo local já há a feira, já há a venda, já há inclusive o
artesanato, já há todo um processo de compra e venda de culinária, de arte, de
tudo, lá no Parque, durante 20 dias. Então, vamos criar o que já existe? O
Prefeito poderia ter vetado e não vetou, essa é a grande diferença!
A
Verª Sofia Cavedon, meu Deus do céu, sabe o que ela disse? Verª Sofia, não vou
malhar, só quero dizer que democracia é uma coisa que a gente sente, percebe, e
fazia muito tempo que não se percebia a democracia; ao contrário, percebia-se,
sim, um Governo autoritário, que a primeira coisa que ele disse, e quis fazer,
foi fechar este Parlamento. Isso mudou agora. A primeira coisa que este
Prefeito novo, chamado Prefeito José Fogaça, fez, foi vir a este Parlamento e
dizer que quer governar com o Parlamento, ao contrário do seu Prefeito que
disse no jornal “Le Monde”, porque que este Parlamento ainda não está fechado,
que seria muito mais fácil e muito mais barato trabalhar com o Orçamento
Participativo.
Então,
por favor! Por falar em democracia, gostei muito do seu neologismo, da
desresponsabilização, e que a solidariedade é uma participação muito maior do
que apenas um aparelho do Estado, chamado Orçamento Participativo, à pena de
uma promiscuidade ideológica chamada Orçamento Participativo. Então é
exatamente a isso que nós nos referimos, à postura democrática do Sr. Prefeito
em vetar, em parte, aquilo que normalmente seria vetado por todos os prefeitos,
pelo aleijume orçamentário que seria admitir o faturamento da Prefeitura, e dizer:
não, nós abrimos mão e vamos para uma comissão bipartite.
Então,
como todos os freqüentadores, como todos os comerciantes, como todos os
artesãos que passam pelo Parque em que se reúnem durante 20 dias, Ver. Oliboni,
mais de 600 mil pessoas, nesse Parque já existe, no Parque Maurício Sirotsky, a
venda de artesanato, já existe toda uma infra-estrutura, paga e não-paga, e
deve ser paga, evidentemente. Por que é um espaço em que uns pagam e outros
não? Por que o privilégio? Mas a feira toda é popular, mas ela tem custos e a
solidariedade - a Ver. Sofia Cavedon não está mais aí, mas eu só quero dizer
para ela que nós nem começamos ainda o projeto, a governança total ali -, a
Vereadora, desculpe, não começamos nem o projeto e a crítica, a conclusão a que
ela chega é de que não há solidariedade. Na construção de creches nós não vamos
tirar um cruzeiro da comunidade, pois os empresários, àqueles a quem V. Exª e o
seu Partido mostraram ódio durante 16 anos, hoje, vamos tê-los como parceiros.
O
seu Presidente da República, Lula, vai ter as PPPs, a parceria dos empresários,
porque empresário gera emprego, gera impostos, gera, inclusive, movimentação de
todo um processo econômico que gera lucros; por que não? E, por fim, pode
gerar, inclusive, benefícios para uma creche de uma comunidade e é isso que se
fala quando se trata de solidariedade. É muito interessante, aos 60 e poucos
dias do Governo, ele já está sendo julgado e está sendo dito que há uma
desconfiança fantástica, uma desresponsabilização em troca de solidariedade.
Ora,
se houve, nesses 16 anos, alguma coisa que envergonhou esta Cidade, foi a
Pré-Escola, e a Verª Sofia Cavedon tem consciência disso, sabe disso. Claro que
ela não pode vir dizer aqui, mas a Pré-Escola desses 16 anos, puxa! E, por
isso, numa jogadinha ensaiada, Porto Alegre recebeu o Prêmio Abrinq. Só que o
Prêmio Abrinq foi dado pelo Assessor do Presidente Lula.
Então,
essa jogadinha ensaiada nós já conhecemos; a questão da Pré-Escola em Porto
Alegre foi uma das grandes dificuldades herdadas e que talvez com um outro tipo
de visão, muito mais comunitária, muito mais democrática, nós possamos chegar
um dia a pelo menos diminuir a fabricação de marginais que fazemos até hoje em
proporções industriais, e, vergonhosamente temos de preencher nossas FEBEMs e
prisões, no futuro, com esses jovens que durante 16 anos foram desamparados.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para discutir o PLL nº 119/04, com Veto Parcial.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, nós que temos um Projeto tramitando nesta Casa em
defesa de maior liberdade aos tradicionalistas na Semana Farroupilha e nós que
sabemos que na Semana Farroupilha, aqui no acampamento, o Movimento
Tradicionalista Gaúcho elege um administrador, como se fosse um Prefeito
daquele local, eu entendo, caro Ver. Oliboni, que nós não podemos ficar aqui
aprovando um Projeto, criando feiras e impondo ao nosso Movimento Tradicionalista
Gaúcho um espaço ainda menor que o movimento tem hoje. Eu quero dizer que é com
pesar, mas vou-me abster de votar o seu Projeto neste momento. Agora, lá na
frente, quando nós tivermos mais liberdade para o Movimento Tradicionalista
para que esse movimento administre o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, porque
esse é o nosso objetivo com o Projeto, V. Exª terá o nosso apoio. Eu lhe peço a
compreensão nesse sentido agora.
O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador). Nobre Vereador, queria parabenizá-lo pela posição, eu sei que o
Movimento Tradicionalista quer incrementar melhor o Parque, até porque aquele é
um espaço público, não tem dono, não é particular, não é privado. E a idéia de
trazer uma feira popular para a Semana Farroupilha é poder contemplar o
pequeno. Eu não sou Vereador dos grandes, não; sou Vereador dos pequenos, só
que os pequenos estão excluídos. Nós temos, hoje, mais de 6 mil artesãos em
Porto Alegre, que trabalham com artes plásticas e culinária, e nós não temos
espaço nem para 2 mil. Seria mais um espaço sendo usado em um mês do ano.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Bernardino Vendruscolo, eu tenho imensas dificuldades em
entender algumas coisas que ocorrem nesta Casa. O Ver. Aldacir Oliboni, na
Comissão de Meio Ambiente, da qual ele faz parte, votou favoravelmente à
manutenção do Veto Parcial, claro que com restrições, mas votou favoravelmente.
Eu não sei o que é que nós estamos discutindo, quando o próprio autor entende
que deva ser aceito o Veto.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado. Por outro lado, eu entendo que
a comercialização dos produtos típicos do Rio Grande já acontece lá hoje. E eu,
particularmente, não vejo grandes e pequenos, eu vejo entidades habilitadas e
que foram habilitadas num período em que o PT governava. Então, não acho que
está havendo discriminação aos pequenos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o PLL nº 119/04. (Pausa.) O
Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
119/04, com Veto Parcial.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, nós fomos o Relator desse processo e queremos
deixar clara a nossa posição. (Lê.) "Os motivos alegados para o Veto
Parcial são: proposições contrárias ao interesse público e vício de origem. A
organização do Acampamento Farroupilha é uma tarefa extremamente complexa, e
suas regras foram estabelecidas no decorrer do tempo por uma administração
conjunta do Poder Público e de entidades particulares, principalmente as
ligadas ao Movimento Tradicionalista Gaúcho. Implementar uma feira de tal
magnitude, pois abrange praticamente todas as atividades do acampamento
Farroupilha, sem sua subordinação ao regramento já existente, causaria, com
certeza, danos irreparáveis à organização do evento. Não podem coexistir normas
conflitantes e direções paralelas. É evidente, assim, que o Projeto de Lei, já
aprovado pela Câmara Municipal, precisa adaptar-se a uma realidade fática, não
podendo determinar regras próprias, diferentes das normas gerais. O mesmo
ocorre em relação ao vício de origem apontado, já que as partes vetadas estão
efetivamente em desconformidade com o inc. XII do art. 94 da Lei Orgânica, que
estabelece a competência privativa do Chefe do Poder Executivo para a
administração dos bens municipais, principalmente em áreas em que já existem
legislação e normas de administração em plena execução. Por isso, somos
favoráveis à manutenção do Veto Parcial, criando-se a Feira Popular dentro das
normas já vigentes para a Semana Farroupilha e Acampamento Farroupilha”.
Então,
nós queremos repetir aqui o que dissemos outro dia em relação à questão do
Projeto do desfibrilador - iniciativa do Ver. Oliboni, que veio em boa hora -,
cujo autor está concorde em refazer a sua idéia, que é boa, mas enxugando o seu
Projeto, que agora está inviabilizado pela aceitação do Veto.
Eu
diria que o Vereador tem outras iniciativas muito boas em relação a feiras; só
teve má vontade quando eu quis criar, porque, como disseram anteriormente, a
Administração do PT não tinha nenhuma situação de benevolência conosco, na
época, Vereadores de oposição. O Ver. Adeli Sell, que foi o mais arbitrário
Secretário da SMIC de todos os tempos da história da Prefeitura, também quase
bateu nos feirantes, porque eram do PDT, os de sábado, não rezavam pela sua
cartilha, tirava o chapéu lá, no sábado, e tinha homéricas discussões com
aqueles feirantes. Mas, assim mesmo, nós conseguimos, por intermédio da
isonomia e da autenticidade desta Câmara - que não se amedronta com caras mais
feias ou chapéus de abas mais largas -, a aprovação.
Então,
eu digo ao Ver. Oliboni, que é realmente um estudioso e tem serviços notórios
em relação a feiras, que a sua idéia é boa e vai ser mantida a criação da
feira. O que não se pode e não se deve é querer fazer algo que tenha autonomia
em relação ao Poder Municipal, fazer-se uma comissão e ficar ao talante do que
faz a lei, no caso o Vereador, para colocar tripartite, ou outra, em detrimento
das regras já estabelecidas.
O
Acampamento Farroupilha é algo hoje fantasticamente grande, não só na Grande
Porto Alegre, mas em todo o Rio Grande. Já não há mais espaço, tal o sucesso do
Acampamento Farroupilha. Então, tem de se manter as regras que já vêm sendo
estabelecidas para o Acampamento.
E
a feira vai sair, não foi vetada. O Veto é em relação a uma parte que é
contrária ao interesse público, porque desvirtua o regramento de que essa
situação deve ser coordenada e arbitrada pela Prefeitura. Porque se cada um de
nós, Vereadores, pudesse, ao seu talante, ao seu alvedrio, criar algo e dar-lhe
autonomia absoluta, não precisaria de administração. Cada um escolheria o seu
feudo e lá faria o que bem lhe aprouvesse. Portanto, eu parabenizo o Vereador,
porque já tem a criação da feira assegurada, será um sucesso, porque sucesso é
o Acampamento Farroupilha. E a Bancada do PDT - falo em nome dela nesse
encaminhamento - manterá este Veto, porque ele refoge, Vereador, à
consubstanciação da idéia, repito, que é boa, mas que cria regras próprias que
são incompatíveis com a doutrina de uma administração bem postada e que deve
ser, por conseguinte, respeitada. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a
palavra para encaminhar a votação do PLL nº 119/04, com Veto Parcial.
A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães,
Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, na condição de ex-Secretária
Municipal da Cultura trabalhei muito com esse tema, com o Acampamento
Farroupilha, e sei o quanto ele se desenvolveu, o quanto enriqueceu a partir do
nosso Governo nesses últimos dezesseis anos. Na verdade, o Ver. Aldacir Oliboni
– é preciso que as pessoas compreendam – propõe a Feira de Artesanato na Semana
Farroupilha. Já existe lá uma feira, Ver. Bernardino Vendruscolo, que funciona
informalmente, sem nenhuma regra, e que é definida exclusivamente pelo MTG,
pela Secretaria Municipal da Cultura, pela SMIC e pela Prefeitura. O que acontece
é que essa feira cultiva a nossa tradição, o nosso nativismo, a indumentária do
gaúcho, a gastronomia, o artesanato que, na verdade, são uma das marcas mais
fortes do Rio Grande do Sul e que cada vez se desenvolve mais. No entanto, essa
feira pode ser enriquecida, ela carece de regulamentação, ela carece de regras
e a vida funciona em movimento, como um processo. O Ver. Oliboni, sensível a
essa questão - já tem esse trabalho na feira de sábado do Bom Fim - pegou o
outro lado: o lado do artista, o lado do produtor, que também quer ter voz e
vez. Essa é a única contradição que aqui paira, todos nós sabemos da
importância da Feira, da importância do Projeto, só que faz parecer é que o
Governo ao vetar esse artigo, ou esse parágrafo, está com medo da democracia,
porque já há o Governo - que já existia -, o Movimento Tradicionalista Gaúcho,
que representa todos os setores do tradicionalismo, e o Ver. Bernardino sabe
que há muitos segmentos disputando espaço dentro do Parque da Harmonia na
Semana Farroupilha, e que carece do artista, do artesão, do produtor de arte e
cultura.
Em
um desenvolvimento democrático e em um desenvolvimento artístico supõe-se que
são os artesãos que têm de participar também desse fórum. É apenas uma comissão
tripartite, então, estão o Poder Público, o MTG e os artesãos - os
especialistas. O que faz parecer é que este Governo, que fala tanto em manter o
que está bom e corrigir o que é preciso, tem medo. Tem medo do conselho, teve
medo do Conselho da Juventude; nós Vereadores apoiamos e votamos favoravelmente
ao Conselho da Juventude, que foi vetado, e foi vetado também nesta Casa. E com
o Conselho, com a participação do artesão, essa Feira será muito mais rica,
Ver. Nereu, porque é o artesão que conhece a arte. Vai ser muito melhor, muito
mais qualificada.
Então,
nós estamos fazendo um apelo para a manutenção desse artigo proposto pelo Ver.
Aldacir Oliboni, que apenas propõe essa comissão tripartite, isto é, três
entidades: uma representando o Poder Público Municipal, a outra representando o
Movimento Tradicionalista Gaúcho, e a terceira entidade sendo a essência da
Feira, que é o artista, a pessoa que produz, o criador, o que faz o trabalho e
que entende da sua qualidade e da integridade artística.
Então,
é uma proposta do Vereador que tem a ver com a qualificação dessa Feira e desse
evento tão importante que já acontece lá no Parque da Harmonia por um mês,
evento esse ligado ao tradicionalismo e ao nativismo.
Eu quero dizer ao Ver. Bernardino que o Parque da Harmonia é
um espaço público, é de todos e de todas, e deve ser organizado pelo Poder
Público Municipal. Jamais poderia ser passado um parque público municipal a
qualquer movimento, por mais importante que seja o MTG - e eu reconheço no MTG
uma grande entidade dessa área, mas eles não podem ser os donos do Parque, pois
ele é público e é de todas as pessoas de Porto Alegre.
É evidente que o Governo, culturalmente falando, compreende
que essa cultura tradicionalista tem prioridade no uso do Parque, assim como a
Pista de Eventos será de todos e de todas e terá prioridade o movimento do
carnaval – é o mesmo caso. Só que eu discordo da sua idéia de que o Parque da
Harmonia seja entregue ao Movimento Tradicionalista Gaúcho, Ver. Bernardino,
pois isso, além de imoral, é ilegal, é algo que fere a nossa Constituição.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a palavra
para encaminhar a votação do PLL nº 119/04, com Veto Parcial.
O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não participei da votação desse Projeto de Lei
e, portanto, não passei por essa discussão. Recebi agora a discussão do Veto e
fiquei um pouco surpreso. A Lei foi mantida, a criação de uma feira popular de
artesanato com artigos culturais, nativistas, buscando representar a mais
legítima expressão da arte nativista gaúcha. Eu sou extremamente favorável a
isso, e gostei de ver a iniciativa da Câmara de propor a oficialização da
criação de uma feira de artesanato durante a Semana Farroupilha. Só não
entendo, também, por que a reação ao Veto do art. 3º, e me desculpe, Verª
Margarete, com o medo do Governo. O mesmo medo que não teve, e a coragem que
teve quanto ao Conselho da Juventude, depois que o Governo teve a coragem - que
o anterior não teve - de criar a Secretaria da Juventude e apoiar os
movimentos. E o Governo quer ter um bom relacionamento com a Câmara, inclusive
com as iniciativas que a Verª Manuela teve, até com as Emendas que apresentou,
e teve a coragem de dizer: “Olha, nós estamos criando a Secretaria, esse
Projeto foi aprovado antes, nós queremos aparelhar como Executivo, é obrigação
nossa dar os instrumentos e as ferramentas para que ela possa bem funcionar, e
o Conselho seja criado de acordo, em consonância legítima com isso”. Não há medo
nisso, há coragem de decidir. Não há medo em vetar o art. 3º, há coragem de
dizer: “Não é verdade, eu não achei aqui a comissão tripartite, - movimentos
tradicionalistas, artistas plásticos e artesanais e o Prefeito”. Não, o art. 3º
não inclui o Movimento Tradicionalista. Aqui, se há um medo é o de criar atrito
onde não deve ter, entre o Movimento Tradicionalista. Eu leio para a senhora o
artigo vetado (Lê): “A Feira será regida por regras a serem definidas por uma
comissão que integre representantes das entidades associativas de artesãos,
artistas plásticos, culinaristas e antiquários, regularmente estabelecidas, e
representantes de todas as feiras desses segmentos de Porto Alegre”.
Não
está o MTG, não está o Geral, que hoje opera a Semana Farroupilha aqui.
Portanto, não há o tripartite que a senhora diz. Deveria estar, porque o que o
Governo tem de ter é a coragem de fazer, vetando isso; é ele usando a
responsabilidade e o ônus dele, e exatamente chamar, já que sancionou e aprova
a criação da Lei e da Feira, assim está dizendo que a quer; é juntar com o
segmento tradicionalista que opera hoje, e deixá-los harmoniosamente para
trabalharem, para que a gente tenha a Feira legítima do verdadeiro artesanato e
cultura tradicionalista, junto com essa bela semana que o MTG cria aqui.
Então,
aqui não há medo, há coragem, e por isso, somos pela manutenção do Veto.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o nominal o PLL nº 119/04. (Pausa).
Apenas
à guisa de esclarecimento, obviamente dispensável: vota-se o Projeto – o alvo
da decisão é o Projeto. Quem votar “sim” estará aprovando o Projeto, rejeitando
o Veto; quem votar “não” estará rejeitando o Veto, aprovando o Projeto.
(O Ver. Paulo Odone
solicita esclarecimento.)
O SR. NEREU D’AVILA (Questão de Ordem): Vereador, agora até eu me confundi,
porque, se ele pediu destaque, o Ver. Odone tem razão: nós temos que votar
“sim” ao Projeto, apesar de já estar sancionado.
O SR. NEREU D'AVILA: Eu acho que nós votamos só o Veto ao art.
3º, Vereador.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não, não, Vereador, primeiro nós votamos
a matéria, excepcionando o art. 3º, que foi destacado. Votamos primeiro o
Projeto. Quem votar “sim” estará aprovando o Projeto, quem votar “não” o estará
rejeitando.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu retiro, eu retiro, eu retiro. Esse é
um Veto Parcial ao art. 3º. O Prefeito aprovou, com exceção do art. 3º.
O SR. PAULO ODONE: Desculpe, Presidente, é que eu sou novo
na Casa.
O SR. PAULO ODONE:
Eu entendi o seguinte: eu posso estar equivocado, pois na Assembléia é o
contrário, vota-se o Veto e não o Projeto, mas em outras Casas também se vota
como aqui – o Projeto.
O SR. PAULO ODONE:
O Projeto, com exceção da parte vetada, já está sancionado pelo Prefeito - já é
Lei em vigor -, nós vamos votar a parte do Projeto que está vetada, que foi
destacada, portanto, vamos, acho, pensava eu, votar o art. 3º; votando “sim”
estaremos derrubando o Veto, votando “não” ao art. 3º nós não estaremos
aprovando o art. 3º, estaremos aprovando o Veto.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sim, acontece que, apenas para
esclarecer, no início, eu acho que o Presidente foi quem lançou a dúvida, e eu
retiro a dúvida. Nós temos dois dispositivos a votar: destacados o art. 3º, e o
§ 2º do art. 4º. É isso que nós temos que votar. Votaremos individualmente.
Primeiro vamos votar, destacado, o art. 3º. “Sim” aprova o dispositivo e
rejeita o Veto.
O SR. IBSEN PINHEIRO: V. Exª me deixou na dúvida. Nós vamos
votar o art. 3º ou o Requerimento de Destaque relativo ao art. 3º?
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não, a matéria já no mérito.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Nós vamos votar o art. 3º?
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O art. 3º e, posteriormente...
O SR. IBSEN PINHEIRO: O voto “sim” aprova o texto e rejeita o
Veto; voto “não” mantém o Veto?
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Perfeito.
Solicito
a abertura do painel eletrônico para que procedamos à votação do art. 3º, ou
seja, o que foi destacado.
Em
votação nominal o art. 3º, destacado, ao PLL nº 119/04. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADO o art.
3º, por 09 votos SIM, 20 votos NÃO, 01 ABSTENÇÃO. Está mantido o Veto. Rejeitado o Projeto.
Em
votação o § 2º do art. 4º, do PLL nº 119/04. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADO o § 2º do art.
4º por 30 votos NÃO, 01 ABSTENÇÃO. Está mantido o Veto. Rejeitado
o Projeto.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 1538/03 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 043/03, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que dispõe sobre o prazo para
julgamento do recurso administrativo de infração de trânsito e concede efeito
suspensivo.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela rejeição do Veto quanto ao art. 1º e § 1º, e pela
manutenção do Veto quanto ao § 2º do art. 1º.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 14-03-05.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 16-03-05 (quarta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 043/03, com Veto
Total. (Pausa.) O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para discutir.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, quero comentar, primeiro, que por mudança do
Regimento, para melhor, nós pudemos relatar o Veto na Comissão de Constituição
e Justiça e dar Parecer, por partes, ao Veto - isso é novidade nesta Câmara.
Antes o Regimento só permitia que se desse Parecer Total; agora pode dar-se
Parecer por partes. Também gostaria de dizer que, apesar de o autor, Ver.
Sebastião Melo, estar ausente por motivo de força maior, concordou com o nosso
Parecer. Ele diz no seu Projeto: “A Junta Administrativa de Recursos de
Infração - JARI - tem o prazo de 60 dias para julgar os recursos interpostos
pelos infratores de trânsito. Se os recursos não forem julgados nesse prazo, a
autoridade que impôs a penalidade deverá, de ofício, conceder-lhe efeito
suspensivo”. Parágrafo 2º: “Decorrido o prazo de 30 dias do efeito suspensivo,
sem julgamento do recurso, as multas de trânsito do Município de Porto Alegre
serão automaticamente canceladas”. O Vereador, no seu Projeto, cria um prazo
para os recursos interpostos pelos infratores de trânsito, porque não havia
esse prazo. Então, quando do Veto Total, nós ressalvamos que é bom que se supra
aquilo que não existia em favor do contribuinte. Então, nós rejeitamos o Veto
ao artigo 1º, parágrafo 1º, permitindo, então, que se crie esse prazo, porque o
prazo só existe hoje, quando se recorre ao JARI para a multa, depois, não há,
por parte do Poder Executivo, prazo para julgar essa multa, que fica ao
alvedrio, fica solta.
Então
o Vereador, em muito boa hora, no nosso entendimento, fixa o prazo de 60 dias e
dá-lhe um efeito suspensivo no parágrafo 1º. Então, fica suspensa a multa até
que se dê um julgamento ao recurso. Agora, o que nós achamos, e o Vereador
concordou, é a inconstitucionalidade do cancelamento automático daquelas multas
de trânsito que não foram julgadas em 60 dias. A intenção é boa, em favor do
contribuinte, mas nós, Vereadores, não podemos dar anistia, até porque, nós
cancelamos recursos, que, no caso do Vereador, não supre esses recursos com
nenhuma indicação de suprimento. Então, é inconstitucional. O Vereador dá a sua
anistia ao contribuinte, o Poder Público perde verba que não é especificada
neste Projeto. Portanto, há prejuízo e há inconstitucionalidade por parte do
Vereador, que, por óbvio, não pode conceder anistia a quem quer que seja; quem
pode é o Poder Executivo. De modo que vamos deixar claro, nós somos pela
rejeição do Veto quanto ao art. 1º, parágrafo 1º e somos pela manutenção do
Veto nessa anistia que dá o parágrafo 2º do art. 1º. Assim nos posicionamos, e
o Ver. Sebastião Melo concordou com a manutenção do Veto em relação à sua
anistia.
Era
isso que eu queria deixar claro aos Srs. Vereadores. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra para discutir PLL nº 043/03, com Veto Total.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu queria, sobre os Vetos que estamos discutindo,
apenas fazer um rápido comentário em relação ao Veto do Sr. Prefeito ao PLL nº
043/03 referente ao prazo para julgamento dos recursos administrativos de
infração de trânsito. Inclusive conversei anteriormente com o autor do Projeto,
Ver. Sebastião Melo, e estivemos conversando com a assessoria da EPTC, que se
colocou à disposição para que nós pudéssemos tirar qualquer dúvida a esse
respeito. Queria apenas esclarecer às Sras. Vereadoras e aos Srs. Vereadores
que nós estamos em sintonia com o autor do Projeto, solicitando a manutenção do
Veto Total, por três motivos: primeiro quanto à inconstitucionalidade e a essa
questão do trânsito que, no Brasil, é regulamentada pelo Código de Trânsito, e
o Código de Trânsito é uma legislação de competência da União. O segundo
argumento é apenas para dar um esclarecimento que vai ser importante para que
os Vereadores possam definir os seus votos, é que hoje existe e foi criada pelo
Contran, que é o Conselho Nacional de Trânsito, uma resolução que entrou em
vigor no final do ano passado, isto é, posteriormente à apresentação do Projeto
nesta Casa. A entrada em vigor desta resolução resolve uma preocupação do
Projeto, porque esta resolução possibilita ao infrator interpor a defesa prévia
até 15 dias da infração ao órgão de trânsito competente. Então, a preocupação trazida
pelo Vereador, neste Projeto, é uma preocupação extremamente importante, mas
posteriormente à apresentação desse Projeto na Casa, que foi um Projeto que
tramitou, eu acho, desde a metade do ano passado, essa resolução posterior,
também, na mesma direção, com a mesma preocupação do Projeto, ela garante esse
direito ao infrator na medida em que possibilita a defesa até 15 dias após a
infração.
Eu
acho que essas duas questões que eu aqui estou apresentando apenas
fortalecessem os argumentos que já foram apresentados na defesa do Veto. E
neste sentido, queria que este Veto fosse considerado pelas senhoras e senhores
Vereadores, pelo conjunto das Bancadas, não como um Veto de um Vereador, de uma
Bancada, não pelo autor do Projeto, que inclusive está em sintonia com essa
nossa preocupação, ou pelo fato de ter sido vetado pelo Sr. Prefeito, mas que
fosse considerada a questão técnica que envolve este debate, este Projeto.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Obrigada, Vereadora. Acho que a
intervenção da Verª Maristela Maffei vem na direção da preocupação que estamos
colocando, que é uma preocupação em relação ao trânsito, uma discussão que já
foi trazida muitas vezes de uma forma muito importante pelo autor do Projeto,
Ver. Melo, mas, neste caso, considerando que posteriormente à apresentação e à
aprovação do Projeto foi instituída uma resolução nessa direção, nós estamos
pedindo às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores a manutenção do
Veto Total apresentado neste Projeto.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal. (Pausa.)
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, só para lembrar a V. Exª
que há um Requerimento feito pela Bancada do PMDB no sentido do Destaque para o
§1º do art. 2º.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apenas para esclarecer, Vereador Nereu
D’Avila, há dois destaques. Todo o Projeto está destacado em duas partes. A
primeira: art. 1º, § 1º, arts. 2º e 3º, destacados. A segunda parte: art. 1º, §
2º. Então, será desdobrado em duas votações.
Em
votação o Destaque do art. 1º, § 1º, arts. 2º e 3º. O voto “sim”, Ver. João
Dib, aprova o Projeto nesta parte e rejeita o Veto das expressões dos artigos
destacados. Está claro?
Há
dois destaques. Primeiro destaque: art. 1º, § 1º, arts. 2º e 3º. É este que
convoco os Srs. Vereadores à votação. O voto “sim” aprova o Projeto e rejeita o
Veto. O voto “não” evidentemente inverte a posição.
Em
votação nominal o art. 1º, § 1º, arts. 2º e 3º do PLL nº 043/03. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) REJEITADO o
Projeto por 27 votos NÃO, 02 ABSTENÇÕES.
A
votação seguinte, art. 1º, § 2º, é o restante do Projeto.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
tendo sido rejeitado o caput do
artigo, como é que V. Exª vota o
parágrafo?
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vossa Excelência tem razão, já se votou,
está prejudicada esta parte. Mas, me foi dado assim, art. 1º, § 2º. Está
prejudicado. Sendo assim, aceito o Veto pela proclamação já feita.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 3449/03 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 182/03, de autoria do
Ver. Beto Moesch, que dispõe sobre o funcionamento das casas de jogos por
computador e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela manutenção do Veto Parcial;
- da CEFOR. Relator Ver. Professor Garcia: pela manutenção do Veto Parcial;
-
da CUTHAB. Relator Ver. José Ismael Heinen: pela manutenção do Veto
Parcial;
-
da CEDECONDH. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela rejeição do Veto
Parcial;
-
da COSMAM. Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela rejeição do Veto Parcial.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 14-03-05.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 16-03-05
(quarta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 182/03, com Veto
Parcial. (Pausa.) A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna discutir o Veto Parcial ao
Projeto do Ver. Beto Moesch que trata da questão das lan houses no Município de Porto Alegre. Um Projeto, eu diria,
escrito por várias mãos, uma vez que o Ver. Wilton Araújo apresentou um
Substitutivo e também houve a participação do nosso Secretário Adeli Sell por
intermédio da SMIC, numa grande discussão, quando fez um Decreto Lei, na época,
para regulamentar essa atividade no Município de Porto Alegre. É uma atividade
comercial sobre a qual não existia regulamentação alguma, sobre o texto, sobre
a matéria, sobre a questão colocada para a Cidade. Não havendo regulamentação,
não havia critérios, e o comércio atuava da forma mais livre possível em
relação a toda a questão.
O
que eu quero chamar a atenção sobre esse Projeto é de que se trata de um
comércio diferente dos demais, porque é um comércio que presta um serviço a uma
determinada parcela da população que, segundo a Constituição Federal e o
Estatuto da Criança e do Adolescente, é prioridade absoluta na nossa Cidade, no
nosso Estado e no nosso País. Nós temos que nos dar conta de que essa questão é
fundamental e é de fundo. A Constituição Federal garante os direitos das
crianças e dos adolescentes em nosso País. Essa atividade comercial totalmente
desregulamentada propiciava que ali permanecessem, num grande número de horas,
num grande número de tempo, crianças e adolescentes nesses jogos.
Portanto,
o Projeto foi construído com essa intenção, com esse objetivo: fazer a
regulamentação dessas casas de jogos na cidade de Porto Alegre, tendo como
objetivo maior a prioridade absoluta na questão da saúde, da educação, enfim,
de todos os aspectos da infância na nossa Cidade.
O
art. 5.º do Estatuto da Criança e do Adolescente é muito claro, quando diz que
nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,
discriminação, exploração, crueldade ou opressão, devendo inclusive ser punido
na forma da lei quando houver uma ação ou omissão aos direitos fundamentais”.
Eu leio esse artigo porque eu entendo ser fundamental que toda a Lei do Projeto
tenha sido regulamentada e sancionada, apenas um artigo do Projeto foi vetado.
Ora, para mim, o mais importante foi vetado no Projeto, que é o que diz
respeito ao cadastro, à regulamentação da permanência da entrada dessas
crianças e desses adolescentes nesse comércio. Se nós nos omitirmos como
legisladores desta Casa e desta Cidade referentemente a um simples cadastro,
nós estaremos rasgando o que diz a Constituição Federal, rasgando o que diz o
Estatuto da Criança e do Adolescente no que se refere à prioridade das crianças
e dos adolescentes no nosso País. Um ato tão simples: constituir um cadastro,
Verª Neuza Canabarro, que tem uma larga experiência na questão da educação, e o
argumento sobre isso diz respeito à questão de não preservar as
individualidades dos dados cadastrais dessas pessoas quando chegam a esse
comércio.
Eu
pergunto: e quando se vai a uma biblioteca pública? E quando se vai a uma
videolocadora, não tem de haver um cadastro? Por que, então, o Prefeito vetou,
simplesmente, essa questão do cadastro neste Projeto? Eu ainda não consegui
entender, mesmo que haja argumentações jurídicas. E aí eu trago o aspecto do
Estatuto da Criança e do Adolescente, menciono o art. 5º, o art. 71, ou seja,
que todos nós temos o direito à informação, que todas as crianças têm direito
ao lazer, à informação, à cultura e, principalmente, que devem ser respeitadas
na sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, cabendo, portanto, a nós
limitarmos a freqüência, sim, dessas crianças nessas casas, porque nós estaremos
preservando a sua saúde e, acima de tudo, priorizando a efetivação dos seus
direitos fundamentais.
Quero,
então, solicitar a todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa que rejeitem
este Veto Parcial, por tratar-se de um simples cadastro que vai levar em conta
a saúde, a vida das crianças que estão em uma situação peculiar de
desenvolvimento. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra para discutir o PLL nº 182/03, com Veto Parcial.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, a Verª Maristela Maffei, a quem todos nós
admiramos pela capacidade que tem, faz uma interpretação equivocada do art. 5º
da Constituição. O art. 5º da Constituição, Vereadora, garante a liberdade aos
cidadãos... (Pausa.) Vejo que a Vereadora não presta muita atenção, vamos
seguir noutra linha.
Vejam os Srs. Vereadores o seguinte: como é que nós vamos
exigir que um jovem que vai jogar numa casa de computadores, lá chegando, tenha
que deixar registradas todas as suas informações particulares, como filiação,
endereço, número de identidade? Imaginem vocês alguém que se disponha a ir uma
única vez a uma casa de jogos ter que fazer toda essa apresentação!
A Vereadora faz uma comparação com as bibliotecas e com as
locadoras de vídeo. Ora, Vereadora, nesse caso é um negócio contínuo, houve o
empréstimo de um objeto, lá foi feita uma locação; por isso, a exigência de um
cadastro, porque esse estabelecimento fez uma locação, abriu um negócio com
quem foi lá buscar uma fita. É diferente de alguém que se dispõe a ir numa casa
praticar um jogo, ficar por ali uma meia hora, ir embora e, quem sabe, nunca
mais retornar a esse local. Por que essa exigência de deixar lá registrados
todos os seus dados? Por uma questão de segurança? Por uma questão de
liberdade? Sim, está lá no art. 5º da Constituição. O Sr. Prefeito vetou certo,
porque, imaginem vocês nós termos a obrigação de, ao adentrar uma casa de jogo
de computador, ter que deixar registrados os dados particulares – endereço,
número de identidade, filiação! Cadê a nossa liberdade de informação?
Sr.
Presidente, lamentavelmente nós entendemos que a Vereadora que me antecedeu fez
uma interpretação equivocada da Constituição Federal, e nós estamos com o
Prefeito. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael Heinen está com a
palavra para discutir o PLL nº 182/03, com Veto Parcial.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, manifestamo-nos a favor do Veto Parcial,
levando-se em consideração também que o art. 4º, no que concerne à colocação da
nobre Verª Maria Celeste, faz a proteção dos ditames básicos no que se refere à
proteção da criança. Desnecessário seria reler o art. 4º, porque ele reza que o
menor de 12 anos, para freqüentar as casas de jogos, tem de estar acompanhado
dos pais; e dos 12 aos 16 anos tem que estar autorizado por um responsável.
Esse artigo também impõe limites de horários no que concerne ao menor: “Menor
de 18 anos, após as 24 horas....”. O cadastro que reza o art. 3º especifica
demais, ele deixa a vida do usuário exposta em demasia, inclusive contrariando
a Constituição Federal.
Novamente,
Verª Clênia, repito, no que concerne aos parâmetros elencados pela Verª Maria
Celeste, o art. 4º faz com que sejam perfeitamente resguardadas, no que ela
falou, a saúde da criança, o bem-estar da criança. Fomos Relator na CUTHAB, na
qual houve o apoiamento a este Veto Parcial. Era isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra
para discutir o PLL nº 182/03, com Veto Parcial.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu pediria a atenção do Plenário, porque nós
estamos, neste momento, discutindo um Projeto de Lei que trata de uma questão
extremamente importante. O tema é o funcionamento das casas de jogos por
computador.
Todos
nós sabemos que há no Brasil – não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro – um
crescimento muito grande do número de casas de jogos, inclusive, em alguns
países, há denúncias de que as crianças morreram por falta de acompanhamento do
horário, freqüência, tempo em que elas ficam imersas; às vezes, a família os
deixa lá, abandonados, em algumas circunstâncias eles ficam absolutamente
envolvidos.
A
possibilidade de usar tecnologia é uma coisa extremamente importante e essas
casas estimulam as crianças a participarem. Elas são uma realidade, mas acho
que, como qualquer coisa que trabalha a temática da criança e do adolescente -
a maioria dos freqüentadores das chamadas lan
houses, as casas de jogos por computador, os usuários, desses serviços são
crianças e adolescentes -, deveríamos discutir, há, inclusive, toda uma
preocupação do juizado da infância, que tem incentivado um debate sobre a
regulamentação dessas casas em várias cidades brasileiras. Esse importante
debate foi trazido a este Parlamento no ano passado por uma série de Vereadores
- lembro-me a Verª Maria Celeste, o Ver. Wilton Araújo, o Ver. Beto Moesch - e
o atual Secretário, o então Ver. Beto Moesch, capitaneou uma discussão e gerou
um Projeto de Lei, aprovado por esta Casa.
O
Projeto é importante, quero repetir, porque trata das casas de jogos, cujos
principais usuários são crianças e adolescentes. E é muito preocupante
entrarmos nessas casas, em qualquer hora do dia, às vezes da noite, e vermos
crianças, horas a fio, fazendo aqueles jogos. Aquilo que poderia ser uma
atividade criativa transforma-se num problema, graças à repetição excessiva
desses jogos. Não há um controle, um cadastramento dessas crianças que possa
fazer com que o Poder Público tenha um controle desse tipo de serviço.
Então,
achamos que é importante que haja esse controle, porém, o que temos aqui é uma
polêmica sobre um tema muito específico: quem formula esse cadastro e que tipos
de dados devam constar nesse cadastro. Se por um lado nós defendemos a
regulamentação, tanto que o Projeto foi construído pelo Ver. Beto Moesch,
extremamente completo, e ele é mantido na sua quase totalidade pelo Prefeito de
Porto Alegre, porém, o art. 3º foi vetado. E eu quero pedir aos Srs. Vereadores
e Sras. Vereadoras que mantenham o Veto. Já conversei, inclusive, com a Verª
Maria Celeste, que é uma especialista nesse tema, com a Verª Manuela, com a
Bancada do PP, com a Verª Mônica, com o Ver. João Dib, para que nós mantenhamos
o Veto. E nós vamos assumir publicamente, nesta Casa, a continuar o debate
trazido aqui pelo então Ver. Beto Moesch, para que a gente possa construir a
melhor forma.
Nós
ouviremos inclusive o Judiciário e as entidades de defesa dos direitos da
criança e dos adolescentes, nosso Conselho Municipal, para ver qual é a melhor
forma de fazer esse cadastro sem expor essa criança e os seus dados de uma
forma que possa ser utilizado indevidamente, o que diminuiria a segurança dos
jovens e adolescentes que hoje freqüentam essas lan houses.
Então,
eu acho que essa é a principal preocupação
que permeou vários Partidos e, portanto, eu peço a manutenção do Veto desse
artigo.
A Srª Manuela d'Ávila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Verª Clênia, tendo em vista seu compromisso em trazer novamente
este debate sobre o cadastro e a garantia, portanto, que os estudantes vão
ficar na sala de aula, a Bancada do PCdoB acompanha esta votação, mantendo o
Veto.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Obrigada, Vereadora, estamos reassumindo
nosso compromisso.
A Srª Maria Celeste: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Verª Clênia, nós também, da Bancada do Partido dos Trabalhadores,
queremos dizer que estamos dispostos a rever a questão do nosso Parecer no
Veto, votando então pelo Veto Parcial com o compromisso de construirmos uma
alternativa a partir de agora.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Obrigada, Vereadora. Então acho que
estamos com as informações um pouco mais completas.
A Srª Mônica Leal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
da oradora.) Verª Clênia, eu vejo isso com muita preocupação, e acho que nós
precisamos encontrar uma solução que nos dê a tranqüilidade como nós já
estávamos falando.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal o PLL nº 182/03, com
Veto Parcial. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por
01 voto SIM, 19 votos NÃO, 02 ABSTENÇÕES. Está
mantido o Veto.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 3914/04 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º
012/04, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que altera
dispositivos da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989, e alterações
posteriores, que institui e disciplina o Imposto sobre a transmissão
“inter-vivos”, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais a eles
relativos, e estabelece o parcelamento do imposto em até dez frações mensais e
consecutivas.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela manutenção
do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 14-03-05.
Na
apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 16-03-05 (quarta-feira).
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLCL nº 012/04, com Veto
Total. (Pausa.) O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães;
demais Vereadores e Vereadoras, eu não poderia deixar de fazer um comentário a
respeito, sabedor que sou que o Município de Porto Alegre é um dos Municípios
onde se paga o ITBI mais alto, se considerarmos a Grande Porto Alegre e outros
Municípios.
Esse Projeto vem, na verdade, facilitar a aquisição de
imóveis, que, como nós sabemos, na sua grande maioria, os adquirentes têm
dificuldade para adquiri-los. O parcelamento do ITBI, certamente, vem favorecer
a aquisição dos imóveis e a sua comercialização de um modo geral aqui em Porto
Alegre. Nós vamos votar favoráveis ao Projeto, Sr. Presidente. Apelo àqueles
que têm ligação com o mercado imobiliário e que sabem das dificuldades que o
mercado imobiliário enfrenta no dia-a-dia. Era isso, Sr. Presidente. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães): Encerrada a discussão. Em votação o PLCL nº
012/04, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra
para encaminhar a votação.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Nobre Vereador Presidente, eu gostaria de dizer
que entendo que esse Projeto é bom para a própria Prefeitura, porque tem muita
gente que não escritura o seu imóvel porque não tem aqueles 3% que,
anteriormente, eram cobrados, de forma exagerada. Talvez se aceite o Veto
agora, mas eu acho que o Prefeito tem que mandar uma outra medida, quatro
vezes, cinco vezes. Eu acho que é muito bom para a Prefeitura. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCL nº 012/04, com Veto Total.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, eu estou pedindo a manutenção do
Veto do Sr. Prefeito para que o Executivo tenha tempo de analisar melhor a
forma de parcelamento, se for o caso. Mas, neste momento, que a gente
mantivesse isso, para a gente depois, possivelmente, ter mais tempo e mais
clareza sobre a votação dessa matéria.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal o PLCL nº 012/04, com
Veto Total. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 02
votos SIM, 20 votos NÃO, 01 ABSTENÇÃO. Está
mantido o Veto.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h01min.)
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